Sáb, 27 de Dezembro

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Saúde

OMS: 70% dos países já relatam interrupções nos serviços de saúde devido aos cortes de Trump

Organização classificou impacto como 'comparável ao observado durante os períodos mais críticos da pandemia de Covid-19'

Sede da Organização Mundial da Saúde (OMS)Sede da Organização Mundial da Saúde (OMS) - Foto: Fabrice Coffrini / AFP

A Organização Mundial da Saúde ( OMS) emitiu um alerta de que 70% dos países já relatam interrupções nos serviços de saúde como resultado de “suspensões e reduções repentinas” no financiamento, resultado principalmente dos cortes feitos nos programas de ajuda humanitária pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em pelo menos um terço, os serviços de saúde estão sendo interrompidos de forma generalizada, especialmente em ações de detecção e resposta a surtos, para malária, HIV, tuberculose, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), planejamento familiar e serviços de saúde materno-infantil.

“A natureza e a escala das interrupções nos serviços são comparáveis às observadas durante os períodos mais críticos da pandemia de Covid-19, em alguns contextos”, diz a organização em nota. Para a OMS, o cenário demanda uma “ação urgente” e uma “resposta internacional”.

Os dados levantam “preocupações quanto a efeitos potencialmente mais profundos e prolongados nos sistemas e serviços de saúde em todo o mundo, especialmente em contextos vulneráveis e frágeis”, continua a organização.

A OMS conduziu o levantamento entre março e abril com seus escritórios de 108 países, principalmente de média e baixa renda. Segundo o alerta, essas nações estão “se esforçando para aumentar ou realocar recursos provenientes de fontes alternativas domésticas e externas para cobrir as lacunas”.

— Esses resultados traçam um panorama preocupante sobre o impacto dos cortes abruptos e não planejados na ajuda sobre a saúde de milhões de pessoas — afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Ainda assim, ele pondera que, embora os cortes sejam um “choque”, eles estão “impulsionando uma transição acelerada da dependência de ajuda para uma autossuficiência mais sustentável, baseada em recursos internos”:

— Muitos países estão pedindo o apoio da OMS, e a organização está trabalhando com eles para identificar e adaptar as medidas mais eficazes.

Segundo a OMS, os impactos mais frequentemente relatados ocorrem na preparação e resposta a emergências de saúde (70%); na vigilância em saúde pública (66%); na prestação de serviços (58%); na ajuda humanitária (56%) e na força de trabalho em saúde e cuidados (54%).

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