Ouro fecha em alta, impulsionado por indicações de Trump, Fed, e tensões geopolíticas
O ouro com vencimento em outubro encerrou em alta de 0,24%, a US$ 3.407,50 por onça-troy, na Comex
O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta terça-feira, 5, em um cenário no qual as indicações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para importantes cargos e as perspectivas para um relaxamento pelo Federal Reserve (Fed) vêm dominando as atenções do mercado. A estes dois fatores, somam-se ainda tensões geopolíticas, especialmente aquelas envolvendo a Rússia.
O ouro com vencimento em outubro encerrou em alta de 0,24%, a US$ 3.407,50 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex).
Alvo de críticas e mudanças por Trump, o Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês) não apenas gerencia estatísticas do mercado de trabalho, mas também coleta dados sobre preços.
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"Isso significa que os dados mais importantes para o Fed podem perder seu valor informativo no futuro. Isso não é um problema apenas para o banco central dos EUA, mas também para os investidores, que podem receber menos transparência sobre a situação da economia. Como resultado, os EUA podem perder ainda mais atratividade entre os investidores, beneficiando o ouro", avalia o Commerzbank.
"Além disso, o ouro provavelmente se beneficiará da perspectiva de que a pressão sobre o Fed para cortar as taxas de juros aumente em um futuro próximo. Trump já anunciou que nomeará um candidato para sua sucessão esta semana. A escolha dele pode fornecer uma indicação importante de quão fortemente ele pretende influenciar o Fed", aponta o banco alemão.
"Os riscos geopolíticos também aumentaram, provavelmente levando ao aumento da demanda por ouro como porto seguro. Esta semana, o ultimato de Trump ao presidente russo Vladimir Putin expira. Se Putin não trabalhar em prol de um cessar-fogo na guerra na Ucrânia, sanções deverão ser impostas aos países que comprarem petróleo russo", pontua o Commerzbank.
"Apesar de todos esses argumentos positivos em relação ao ouro, os ganhos do metal precioso permanecem limitados. A máxima recorde de US$ 3.500 por onça ainda está a mais de US$ 100 de distância" lembra. "Continuamos a ver o ouro fundamentalmente bem sustentado, mas está claro que o impulso que vimos, particularmente no primeiro trimestre, se dissipou. Isso também é evidente no fato de que o ouro foi negociado lateralmente, apesar das expectativas de corte de juros dos EUA significativamente maiores desde abril", conclui o banco.

