Petróleo cai por falta de sanções iminentes à Rússia
Caso não se consiga um acordo em 50 dias, "vamos aplicar tarifas secundárias, é muito simples, [as tarifas] serão de 100%", disse Trump
As cotações do petróleo recuaram nesta segunda-feira (14), com os investidores adotando uma abordagem fria em relação ao prazo de 50 dias dado pelo presidente Donald Trump para a Rússia pôr fim à guerra na Ucrânia.
O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em setembro, caiu 1,63%, para 69,21 dólares. Seu equivalente no mercado americano, o West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em agosto, baixou 2,15%, a 66,98 dólares.
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"O mercado abriu em alta esta manhã, à espera do anúncio do presidente Trump de importantes sanções às vendas de petróleo russo para terceiros, mas depois começou a recuar quando ficou claro que essas sanções não entrariam em vigor até daqui a 50 dias", disse à AFP Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Caso não se consiga um acordo em 50 dias, "vamos aplicar tarifas secundárias, é muito simples, [as tarifas] serão de 100%", disse Trump na Casa Branca.
Seu secretário de Comércio, Howard Lutnick, indicou depois a jornalistas que, em vez de tarifas, serão aplicadas sanções.
"O mercado esperava que ocorresse qualquer coisa no curto prazo", comentou Lipow.
A Rússia é um dos três maiores produtores de petróleo do mundo e o segundo maior exportador depois da Arábia Saudita, por isso os preços da commodity são muito sensíveis às exportações russas.
Em paralelo, "o mercado de petróleo continua sob tensão", temeroso de que um aumento da oferta coincida com uma queda da demanda, frisou Lipow.
A política comercial protecionista de Washington é considerada pelos investidores como um "obstáculo ao crescimento da demanda", explicou o analista, enquanto "os barris adicionais" produzidos pela aliança de países da Opep+ "continuam pressionando os preços do petróleo".

