Presidente do Conselho da Tesla nega que empresa tenha buscado substituir Elon Musk
Ausência do executivo na montadora tem sido um ponto sensível para investidores. Bilionário prometeu dedicar mais tempo à empresa e menos a Washington
A presidente do conselho de administração da Tesla negou uma reportagem que afirmava que a empresa havia começado a buscar um substituto para Elon Musk, CEO que tem dedicado boa parte de seu tempo ao trabalho com o presidente Donald Trump, enquanto as vendas e os lucros da montadora despencam.
Robyn Denholm, que lidera o conselho há mais de seis anos, afirmou na rede social X que a reportagem do Wall Street Journal era “absolutamente falsa”.
“O CEO da Tesla é Elon Musk, e o conselho está totalmente confiante em sua capacidade de continuar executando o empolgante plano de crescimento que temos pela frente”, disse Denholm na conta oficial da Tesla na X, rede social que pertence ao próprio Musk.
Leia também
• Musk admite que Doge não alcançou seus objetivos iniciais
• Trump diz a Musk que ele pode ficar pelo tempo que quiser
O WSJ noticiou na noite de quarta-feira que, cerca de um mês atrás, o conselho da Tesla havia contatado empresas de recrutamento executivo para ajudar a procurar um substituto para Musk, citando “pessoas familiarizadas com o assunto”.
Um porta-voz do WSJ afirmou que o jornal mantém a veracidade da reportagem.
Após a empresa divulgar, na semana passada, uma queda de 71% no lucro trimestral, Musk prometeu dedicar mais tempo à Tesla e menos a Washington. Ele disse que passaria um ou dois dias por semana com assuntos do governo.
A ausência de Musk na Tesla, enquanto liderava os esforços de Trump para cortar gastos públicos e reduzir o número de funcionários federais, tem sido um ponto sensível para investidores. O envolvimento de Musk com o governo e com causas da direita na Europa provocou protestos em concessionárias da Tesla e é apontado como uma das razões para a forte queda nas vendas. Compradores de veículos elétricos tendem a ser liberais ou centristas.
A Tesla informou que sua receita caiu 9% no primeiro trimestre do ano, para US$ 19,3 bilhões.
A montadora perdeu participação de mercado nos Estados Unidos, China e Europa, à medida que concorrentes como BYD, General Motors, Volkswagen e outras empresas lançam dezenas de modelos elétricos. Analistas criticam a Tesla por não expandir sua linha de veículos além dos dois principais modelos.
O utilitário esportivo Model Y e o sedã Model 3 respondem por grande parte das vendas da Tesla. Já a picape Cybertruck, veículo mais recente da empresa, não teve o desempenho comercial esperado por Musk.

