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European Energy: soluções em Energia Verde

Empresa dinamarquesa instalará em Suape a primeira indústria de produção de e-metanol do Brasil. Empreendimento é mais um passo em direção a um mundo livre dos combustíveis fósseis

Fundada em 2004, a European Energy possui 29 escritórios em 21 países, com mais de 1.000 colaboradores Fundada em 2004, a European Energy possui 29 escritórios em 21 países, com mais de 1.000 colaboradores  - Foto: Divulgação/European Energy

Em setembro do ano passado, o Governo de Pernambuco firmou contrato com a empresa dinamarquesa European Energy para instalar no estado, no Complexo Industrial Portuário de Suape, a primeira indústria de produção de e-metanol do Brasil, no terreno localizado nas proximidades do Estaleiro Atlântico Sul. A previsão de entrada em operação é no segundo semestre de 2028. Parceria que se alinha à missão da empresa de se tornar uma força global que defende a transição energética e soluções de energia verde, em direção a uma sociedade livre de combustíveis fósseis.

“O projeto promove o adensamento de cadeias produtivas locais e impulsionará a neoindustrialização de Pernambuco e do Brasil. Será um importante indutor de desenvolvimento, geração de empregos e renda, com bases tecnológicas e sustentáveis”, afirmou Alexandre Groszmann, diretor da EE Metanol do Brasil, subsidiária integral da European Energy.

A empresa mantém no Estado o Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro VentosA empresa mantém no Estado o Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro Ventos

O e-metanol da European já produzido em Kassø (42,000 toneladas/ano), na Dinamarca, é utilizado, por exemplo, para abastecer os navios da A.P Moller-Maersk, empresa também dinamarquesa no segmento do setor marítimo, que está construindo um terminal de contêineres 100% elétrico em Suape, sendo o primeiro na América Latina. Em obras desde fevereiro de 2024, a nova planta deverá começar a operar no segundo semestre de 2026, prevendo investimentos de R$ 1,6 bilhão.

“Dois técnicos da CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) vão para a Dinamarca para entender como funciona o processo de licenciamento ambiental. A fábrica da European Energy é a maior da Europa, e a tecnologia que eles utilizam por lá será replicada por aqui, adaptando a questão envolvendo o CO2 biogênico, proveniente da cana-de-açúcar. É um projeto que foca no desenvolvimento sustentável, com destaque na descarbonização e na melhora da nossa matriz energética”, declarou o diretor-presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto.

“A European está na área em que mais avançou na transição energética, que são os países do Norte da Europa. Aqui no Brasil, também somos uma referência porque temos a matriz energética mais renovável do mundo. Pela potência hidrelétrica, energia fotovoltaica, eólica, biomassa, enfim, por tudo isso, o Brasil construiu uma matriz muito limpa. Desconheço outros estados do Nordeste que tenham contratos firmes na área de transição energética, com um projeto tão avançado como o da European”, completou.

EXEMPLO
Em março deste ano, a European Energy anunciou o primeiro e-metanol produzido na unidade Kassø Power-to-X, na cidade de Kassø, na Dinamarca, obtido utilizando CO2 biogênico. A instalação terá capacidade para produzir 42.000 toneladas de e-metanol com três eletrolisadores da Siemens Energy e um circuito de metanol projetado e construído pela European Energy.

Os eletrolisadores têm uma capacidade combinada de 52,5 MW e são alimentados principalmente pelas instalações do Parque Solar de Kassø, de 300MW, que também é desenvolvido e operado pela European Energy.

HIDROGÊNIO VERDE
A empresa também possui projetos que utilizam a tecnologia Power-to-X (PtX), termo guarda-chuva que abrange diversas rotas tecnológicas que têm como denominador comum o hidrogênio verde como etapa intermediária ou produto final.

A denominação é usada para produtos como o metanol verde (utilizado como combustível de navegação e na indústria de plásticos) e a amônia verde (fertilizante e combustível). E do ponto de vista de composição química igual à contraparte de origem fóssil, mas sem pegada de carbono relevante.

Em outubro do ano passado, a European Energy inaugurou oficialmente sua primeira unidade de hidrogênio verde em Esbjerg, em Jutlândia, na Dinamarca. Ela marcou o início da empresa na produção de hidrogênio usando energia renovável.

O hidrogênio verde produzido na unidade é fornecido ao Porto de Esbjerg. Além disso, o excesso de calor gerado no processo de produção de hidrogênio foi utilizado pela DIN Forsyning, empresa de aquecimento de cidade, contribuindo ainda mais para a descarbonização na região.

HISTÓRICO
Fundada em 2004, a European Energy possui 29 escritórios espalhados em 21 países, com mais de 1.000 colaboradores de 46 nacionalidades. No Brasil, a empresa já tem dois projetos operacionais no Nordeste. Um deles é em Pernambuco, com o Complexo Eólico Ouro Branco, em Poção, no Agreste, e Quatro Ventos, em Macaparana, na Zona da Mata. Ambas operam desde 2023, com investimento superior a R$ 500 milhões para gerar um total de 94,5 MW, volume equivalente ao consumo de 65 mil famílias.

A energia gerada nos parques eólicos foi adicionada e comercializada à rede de distribuição do mercado regulado de Pernambuco, aumentando a disponibilidade de energia limpa e sustentável.  As duas cidades foram escolhidas por conta da alta disponibilidade de recursos naturais.

O parque Quatro Ventos tem capacidade de gerar 22,5 MW, e os demais, 36 MW cada um. Toda energia gerada contribui para a redução de mais de 500 mil toneladas de emissões de gases de efeito estufa durante a sua operação e para o desenvolvimento dos municípios.  

Para a execução do projeto, a companhia adquiriu os aerogeradores V150, da Vestas, em sua versão mais recente com aumento de capacidade para 4.5 MW cada. São torres com 120 metros de altura e pás que medem 73,7 metros de comprimento.
O outro projeto da European Energy no Nordeste é uma planta solar em Coremas, município da Paraíba conhecido por sua importância hídrica na região semiárida, gerando 93MW.

A parceria é operacionalizada pela Nordic Power Partners (NPP), uma joint venture (associação de sociedades para a realização de determinado empreendimento) com o Fundo de Investimento Climático da Dinamarca, criado pelo governo dinamarquês. A NPP é conhecida por seus projetos de energia renovável, especialmente em países em desenvolvimento.

“Trabalhamos em conjunto com as autoridades e comunidades locais para implantar projetos com responsabilidade social e ambiental. Além dos ativos operacionais, temos um pipeline de projetos de geração renovável para os próximos anos que passa de 1GW de nova capacidade instalada”, destacou Thiago Arruda, vice-presidente para América Latina da European Energy.

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