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Grupo JB: evolução sustentável

Empresa pernambucana se consolida como referência em etanol, açúcar e energia limpa, com atuação estratégica nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil

Grupo JB: evolução sustentávelGrupo JB: evolução sustentável - Foto: Divulgação

Por mais de seis décadas, o Grupo JB tem desenhado uma história de inovação, expansão e compromisso com o desenvolvimento sustentável no Brasil. A empresa, que começou como um engenho na Zona da Mata pernambucana, hoje atua em diversos segmentos do setor sucroenergético e se projeta como uma das protagonistas da transição energética no país.

A origem remonta ao ano de 1964, quando o empresário Jaime Beltrão adquiriu o Engenho Cachoeirinha, em Vitória de Santo Antão, a cerca de 46 km do Recife. Com a morte do fundador, em 1977, os filhos assumiram o comando e iniciaram um processo de modernização e diversificação que transformaria completamente os rumos da companhia.

O primeiro grande salto veio em 1982, com a entrada do grupo na produção de etanol. À época, o Brasil estava imerso no Programa Nacional do Álcool (Proálcool), política pública criada para reduzir a dependência do petróleo e incentivar o uso de biocombustíveis. A nova aposta consolidou o Grupo JB no nascente setor de bioenergia e abriu caminho para novas oportunidades.

Bioenergia
Em 1990, um novo capítulo foi escrito com a construção do Terminal de Granéis Líquidos (Tecab), na Paraíba, em parceria com outras usinas. A estrutura permitiu ao grupo expandir as operações de importação e exportação de álcool, fortalecendo sua presença no mercado internacional e elevando o patamar logístico da empresa.

Poucos anos depois, em 1996, o grupo avançou para além das fronteiras de Pernambuco. A aquisição da Lasa Linhares Agroindustrial, no Espírito Santo, marcou uma decisão estratégica: garantir produção durante o ano inteiro, aproveitando as diferenças sazonais entre as safras do Nordeste e Sudeste. Essa complementaridade possibilitou maior regularidade na oferta e maior robustez nas operações da empresa.

Em 2000, o Grupo JB iniciou a geração de energia elétrica a partir da biomassa do bagaço de cana. O movimento não apenas respondeu a uma demanda energética nacional, como inaugurou um novo braço de negócios sustentáveis dentro da companhia.

Diversificação
Ao longo dos anos 2000, a empresa ampliou sua atuação com a produção de açúcar a granel, apoiada na aquisição de terras e novos processos agroindustriais. Mas foi no final da década que uma nova oportunidade emergiu no radar da companhia: a industrialização do CO2 gerado nos processos de produção de etanol e açúcar.

Em um contexto global de crescente preocupação com o aquecimento climático, o Grupo JB identificou a chance de transformar o que era antes um subproduto em uma nova fonte de receita, com benefícios ambientais diretos. Assim nasceu a Carbogás, hoje a única empresa 100% brasileira especializada na produção de CO2 puro grau alimentício.

“Foi uma decisão visionária. Transformamos um passivo ambiental em um ativo valioso para setores como alimentos e bebidas, equipamentos contra incêndio e até mesmo para produção de gelo seco”, afirma Carlos Alberto Haig Beltrão, diretor do Grupo JB.

Carlos Alberto Haig Beltrão, diretor do Grupo JBCarlos Alberto Haig Beltrão, diretor do Grupo JB | Foto: Divulgação

Biomassa 
Atualmente, a geração de energia por meio da biomassa segue como uma das frentes mais estratégicas da companhia. Segundo Carlos Alberto, o processo parte da eficiência obtida nas diversas etapas da fábrica: “Investimos na modernização dos redutores das moendas, nas colunas de produção de álcool a vácuo e na redução do consumo de vapor na fabricação do açúcar. Com isso, conseguimos destinar um volume maior de bagaço para a geração de energia elétrica.”

O resultado é expressivo. A unidade em Pernambuco tem capacidade para gerar 50 MW de energia, enquanto a do Espírito Santo alcança os 33 MW. Cerca de 30% dessa energia é utilizada internamente no processo industrial. O restante é exportado e comercializado, gerando receita adicional e contribuindo para a matriz energética brasileira com uma fonte limpa e renovável.

Mas a produção de energia não é vista apenas como um negócio. “A comercialização de energia elétrica é também uma prática sustentável e uma resposta às exigências cada vez maiores do mercado por compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG)”, diz o executivo.

Certificação 
Desde 2021, o grupo participa do programa RenovaBio e comercializa Créditos de Descarbonização (CBIOs), um reconhecimento oficial pela produção de biocombustíveis com baixa pegada de carbono. “Somos certificados e atuamos com CBIOs nas duas unidades”, destaca Carlos Alberto. Essa certificação garante transparência e comprova a contribuição da empresa para a redução de emissões de gases do efeito estufa.

A geração de energia também influencia diretamente a relação com os fornecedores de cana, especialmente os pequenos produtores. Ao aumentar a eficiência da usina e ampliar os canais de receita, o Grupo JB garante maior estabilidade econômica à cadeia produtiva.

Sobre os planos futuros para novas fontes limpas, o diretor confirma que o biogás está no radar. “Há planos para, num futuro próximo, analisarmos projetos de biogás. Mas, no momento, ainda não temos nada definido”, afirma.

Protagonismo
Com o Nordeste cada vez mais cotado como centro estratégico da transição energética brasileira, o Grupo JB acredita que sua trajetória, que combina tradição e inovação, o coloca em posição de destaque.

“A transição energética envolve também o etanol, e nesse mercado estamos fortemente presentes. Nossa história mostra que estamos preparados para os próximos passos, sempre alinhados com a sustentabilidade e a eficiência”, conclui Carlos Alberto.

Hoje, o Grupo JB é a síntese de uma visão empresarial que combina raízes familiares com ousadia para explorar novos caminhos. Da moagem da cana à industrialização do CO2, da exportação de etanol à geração de energia, a empresa busca a capacidade de inovar com responsabilidade ambiental e social.

info jb
 

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