Fórum Nordeste 2025 debate futuro do setor sucroenergético
A palestra "Quo Vadis: rumos do setor sucroenergético do Brasil" foi dirigida por Plinio Nastari, presidente e CEO da Datagro Consultoria, com mediação do empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente da Folha de Pernambuco e do Grupo EQM
Um tema pujante e com diversas formas de abordagem. O setor que envolve todas as atividades industriais e agrícolas baseadas a partir da cana-de-açúcar foi destaque do Fórum Nordeste 2025, promovido pelo Grupo EQM, comandado pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, que também mediou a palestra “Quo Vadis: rumos do setor sucroenergético do Brasil”. O evento aconteceu nesta segunda-feira (1º), no Mirante do Paço, no Bairro do Recife.
O painel teve como palestrante Plinio Nastari, presidente e CEO da Datagro Consultoria. Também participaram da conversa Amaury Pekelman, presidente da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul); Amanda Gondim, pesquisadora da UFRN e coordenadora da RBQAV, além de especialista em combustíveis sustentáveis e monitoramento ambiental; José Bolivar Melo Neto, diretor da Japungu Agroindustrial; e Rafael Ceconello, diretor de assuntos regulatórios e governamentais da Toyota no Brasil.
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A apresentação de Plinio Nastari começou com uma análise dos pontos fortes, fracos, riscos e oportunidades do setor sucroenergético no cenário atual e com projeção de futuro.
“Eu diria que os pontos mais importantes são o fato de que é um setor estratégico para o Brasil e para o mundo, principalmente no momento em que se discute transição energética, independência energética, insegurança alimentar e mitigação do risco climático. Esse setor [sucroenergético] é capaz de relacionar todos esses aspectos simultaneamente. Então, o etanol tem um futuro brilhante através das oportunidades”, destacou o presidente e CEO da DataAgro Consultoria.
Plinio Nastari apresentou os principais desafios e oportunidades do setor. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco. No debate sobre os novos mercados disponíveis para o setor, duas frentes relevantes são as oportunidades de explorar as inovações de SAF (Combustível de Aviação Sustentável) e biobunker.
O etanol pode ser utilizado como uma alternativa renovável de combustível na aviação e no transporte marítimo, respectivamente.
De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenadora da RBQAV, Amanda Gondim, as oportunidades e os desafios estão presentes no setor e algumas coisas não retrocedem, como a necessidade de descarbonização, descentralização e digitalização dos processos.
A especialista também ressaltou que os mercados de SAF e biobunker são mais difíceis para um possível processo de eletrização no futuro.
“O mercado está avançando sem o aguardo dos mandatos. E esse mercado é mais difícil de eletrificar. Eu digo que não é impossível, porém está mais distante para navio e avião. Precisamos de um combustível de alta capacidade energética e descarbonizado, que são características do etanol”, afirmou.
Amanda Gondim citou as possibilidades de novos mercados. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco. Oportunidade na COP30
Na visão de Plinio Nastari, o setor sucroenergético precisa entender a COP30, que será realizada em novembro na cidade de Belém, com uma oportunidade para que o Brasil apresente sua experiência para a definição do que deve ser considerado como critério correto de sustentabilidade, a partir da avaliação do ciclo de vida, que beneficia o uso do etanol.
“O Brasil já tem legislação que avalia esse critério, mas é o único país que tem isso aprovado na forma da lei. Outros países precisariam adotar esse mesmo critério para que o mundo inteiro consiga avançar na mitigação dos problemas climáticos com estratégias que promovem o desenvolvimento social e econômico”, disse.
O Fórum Nordeste 2025 tem o patrocínio do Banco do Nordeste, Suape, FMC, Sudene, Copergás e Neoenergia. Apoio do Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Fertine e NovaBio. Como apoio técnico conta com o Sindaçúcar-PE. O evento é uma realização do Grupo EQM.
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