LAFEPE: fortalecendo a autonomia farmacêutica nacional
Laboratório pernambucano amplia planta industrial, avança em projetos estratégicos e investe em pesquisa, desenvolvimento e parcerias tecnológicas
O Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco -LAFEPE- vive um ciclo histórico de transformação. No ano em que completa 60 anos de compromisso com a saúde pública, a instituição acelera investimentos estruturantes em modernização fabril, inovação farmacêutica e transferência de tecnologia, reforçando seu papel estratégico no fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e na ampliação do acesso a medicamentos essenciais para a população brasileira.
Hoje, a instituição inicia uma nova etapa ao ampliar sua planta industrial e incorporar equipamentos de alta tecnologia, o que permitirá aumentar a capacidade de produção, acelerar ciclos fabris e reforçar padrões de qualidade. A modernização posiciona o laboratório entre os maiores complexos industriais farmacêuticos públicos do país.
“Estamos construindo o futuro do LAFEPE com base na inovação e na autonomia tecnológica. O Brasil precisa dominar suas rotas produtivas em saúde, e o nosso papel, como laboratório público, é garantir que os medicamentos essenciais cheguem à população com qualidade, eficácia e sustentabilidade”, afirma o presidente do LAFEPE, Plínio Pimentel. “Celebrar 60 anos é olhar para uma história de pioneirismo, mas também reafirmar um compromisso com o futuro da ciência e da soberania nacional.”
A expansão industrial ocorre em paralelo à aprovação, pelo Ministério da Saúde, de novos projetos de transferência de tecnologia para medicamentos imunossupressores, utilizados no tratamento de pacientes transplantados e pessoas com doenças autoimunes. A medida reduz dependência internacional e fortalece a autonomia sanitária brasileira.
Com equipamentos de alta tecnologia, a instituição aumenta a capacidade de produção e reforça padrões de qualidade | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoInovação
O LAFEPE avança ainda em projetos inovadores apoiados por órgãos federais de fomento. Em colaboração com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e financiamento da Finep, o laboratório desenvolve uma nova tecnologia farmacêutica para tratamento da hanseníase, doença que ainda representa um desafio de saúde pública no país. Paralelamente, avança na pesquisa para um novo produto à base de cannabis medicinal, alinhado a tendências terapêuticas emergentes no mundo.
“Pernambuco tem vocação para ciência, tecnologia e produção industrial, e o LAFEPE está preparado para liderar esse movimento dentro da indústria farmacêutica, que prioriza o acesso público à medicamentos de qualidade”, conclui Plínio Pimentel. “Estamos investindo para produzir e inovar cada vez mais, servindo ainda melhor ao SUS e aos brasileiros que dependem de nós.”
“Cada vez mais investimos em ciência, tecnologia e equipes altamente qualificadas para transformar conhecimento em soluções reais para a população”, destaca a diretora técnica Bety Senna. “A modernização da nossa infraestrutura e as parcerias com universidades e startups impulsionam um ambiente de inovação contínua. Nosso compromisso é fazer do LAFEPE um polo de excelência científica e industrial.”
Em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, o LAFEPE também passou a integrar startups e instituições de ensino ao seu ecossistema de inovação. Entre as iniciativas, um projeto com estudantes da Faculdade Senac, que toparam o desafio de desenvolver um software para otimização do setup de produção, ampliando eficiência fabril.
“Nosso foco é ampliar portfólio, eficiência e capacidade competitiva, sempre com responsabilidade pública”, reforça o diretor comercial Djalma Dantas. “A expansão industrial e os novos processos tecnológicos aumentam nossa capacidade de atender o SUS, atrair novas parcerias e fortalecer o papel do LAFEPE como referência nacional”.
Antonio Azevedo, Sérgio Noronha, Plínio Pimentel, Bety Senna e Djalma Dantas | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoMão de obra
Outro importante papel que o Laboratório Farmacêutico desempenha com destaque é na formação de mão de obra qualificada para o setor farmacêutico. Em 2026, a instituição avança no compromisso de abastecer o setor de produção de medicamentos com bons profissionais, sensíveis às vulnerabilidades o SUS.
A partir do primeiro semestre do próximo ano, Pernambuco vai oferecer a primeira residência em indústria farmacêutica do Norte/Nordeste, o que será fundamental para o desenvolvimento do polo industrial farmacêutico do estado, que já conta com plantas como Hemobras, Aché e Hebron. A especialização nasce a partir de um convênio entre o LAFEPE e Escola de Saúde Pública de Pernambuco, com seleção via edital público.
“Estamos investindo para produzir e inovar cada vez mais, servindo ainda melhor ao SUS e aos brasileiros que dependem de nós.”, diz Plínio Pimentel, diretor-presidente do LAFEPE | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoPioneirismo
Fundado em 1965, o LAFEPE se consolidou como referência nacional na produção pública de medicamentos, tendo sido pioneiro na fabricação de fármacos para doenças negligenciadas e se tornando o único laboratório do país responsável pela produção do Benznidazol, utilizado no tratamento da Doença de Chagas. Nos anos 1990, atuou de forma decisiva na política nacional de tratamento aos pacientes que vivem com HIV/AIDS, participando do fornecimento de antirretrovirais para o SUS e contribuindo para uma das maiores políticas públicas de saúde do mundo.
A atuação do laboratório durante a pandemia de Covid-19, quando adaptou linhas de produção para fabricar álcool em gel e insumos essenciais, reforça sua importância estratégica como estrutura pública capaz de responder rapidamente às emergências sanitárias.
Com uma trajetória marcada por pioneirismo e compromisso social, o LAFEPE se consolida como um laboratório público moderno, inovador e essencial para o futuro da saúde no Brasil.


