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Vôlei

Liga das Nações: Brasil, do líbero Maique, enfrenta a China para superar tabu das quartas de final

Jogador é o destaque nas estatísticas da competição e o coração da seleção masculina de vôlei: "Chegou o meu momento"

Maique é destaque da seleção brasileira masculina de vôlei, que enfrenta a China pela Liga das Nações nesta quarta-feira (30)Maique é destaque da seleção brasileira masculina de vôlei, que enfrenta a China pela Liga das Nações nesta quarta-feira (30) - Foto: FIVB / Divulgação

A seleção brasileira masculina de vôlei enfrenta a China, a partir das 8 horas desta quarta-feira, em Ningbo, pelas quartas de final da Liga das Nações (VNL). Os chineses avançaram à fase final porque abrigam esta etapa da competição, com jogos até domingo. Já o Brasil terminou como líder da primeira fase. Foi derrotado apenas uma vez, entra em quadra como favorito e tem no líbero Maique seu grande destaque.

Em jogos da VNL, desde 2017, Brasil e China se enfrentaram cinco vezes, com quatro vitórias para os brasileiros e uma para os chineses (em Brasília, em 2022). Na fase anterior, o Brasil venceu a China por 3 a 0.

— Será um jogo difícil, eles vão jogar em casa. Queremos entregar o nosso melhor para conseguirmos essa classificação para a semifinal — declarou Maique ao GLOBO, sobre o fato de que a seleção brasileira "empacou" nas quartas-de-final na VNL desde 2021.

É que desde então, quando o Brasil foi campeão, a seleção não avançou às semifinais. Campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2023 e medalha de bronze no Mundial de 2022, o Brasil também ficou fora da semifinal da Olimpíada de Paris pela primeira vez em 24 anos — terminou em oitavo lugar, mesmo resultado dos Jogos de Munique-1972. 

Volume de jogo
Segundo as estatísticas da Federação Internacional da modalidade, Maique é o melhor defensor e dono da segunda melhor recepção da primeira fase da VNL. Além do volume de jogo que proporciona ao time, é o jogador "coração", que coloca emoção em quadra.

Fora das convocações para os Jogos de Tóquio-2020 e de Paris-2024, Maique vê a VNL como ponto de partida rumo a Los Angeles-2028. Thales, o líbero que representou o Brasil nestas duas Olimpíadas, não foi convocado para a VNL. Bernardinho tem feito experiências e renovando o plantel.

— Estava trabalhando e esperando essa oportunidade de ser titular. É o trabalho de uma vida toda. Desde criança, quando comecei a jogar vôlei, sonhava com isso. Era distante, mas não impossível. Venho sendo convocado para a seleção há sete anos e sempre tive os pés no chão, a cabeça no lugar e focado em dar o meu melhor para que, quando chegasse a minha vez, eu estivesse preparado. Chegou o meu momento, estou muito feliz, trabalhei muito por isso. Eu mereço isso — declarou o jogador, que desde a volta de Bernardinho para a seleção, em 2024, não teve tantas chances assim.

Maique diz que "já tinha em mente" que não disputaria os Jogos de Paris. Isso porque, no seu entender Bernardinho, não iniciaria uma renovação em pleno ano olímpico.

— Mas fiquei um pouco frustrado, sim. Normal. Temos que ter paciência. Tudo acontece na hora certa — admite o líbero, que confessa que à época faltava a ele um pouco de "bagagem" — Eu me sentia preparado em partes. Apesar de estar na seleção há sete anos, tive poucas oportunidades de jogar internacionalmente. Poderia ter ido para Paris e não ter o excelente desempenho que estou tendo agora, por exemplo. 

Para superar a frustração de sequer estar no grupo principal no ano passado, ele focou em sua preparação física e tática mas também no bem estar e na saúde mental. O jogador conta que curtiu férias com o noivo Henrique, algo raro na rotina dos atletas da seleção.

Ele diz que procura estar sempre em contato com a família, amigos, ter "uma vida social boa" e estar próximo de pessoas que lhe amam. Faz terapia e prioriza o autocuidado.

— Naquele ano não fiz parte do grupo que foi para VNL também. Mas acabei sendo convocado para a seleção de novos, o que me ajudou um pouco a diminuir essa frustração, do choque de não fazer parte. O lado bom foi que consegui ter um tempo com a minha família, com meu noivo. Foi importante para descansar e respirar — contou

Agora, o foco é a preparação até Los Angeles. O jogador afirma que esperava ter um bom início de ciclo olímpico, "mas não nesse nível". Ele se diz empolgado com os novos ares e desafios. 

— Acho que esse início de ciclo está superando as minhas expectativas. Estou motivado com a oportunidade de apresentar o meu trabalho. Mas quero buscar mais — afirma o jogador, que após dez anos no Minas, defenderá o Brasília na próxima temporada de clubes. — Não foi uma decisão fácil, mas achei que precisava encerrar um ciclo e “voar”, buscar novos ares, viver e presenciar outras coisas. Senti que estava precisando disso.

 Ao que tudo indica, Maique está mais do que preparado para as novas etapas.

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