Suape recebe seminário sobre impactos da Transnordestina
O seminário vai chegar a Suape depois de discutir os impactos econômicos da Transnordestina em Salgueiro, Petrolina, Araripina, Belo Jardim e Caruaru
O seminário Conexões Transnordestina chega ao auditório do Porto de Suape na terça-feira (18) às 16 horas depois de passar por três cidades do Sertão e duas do Agreste. O evento vai encerrar um ciclo de seis debates para discutir o impacto da ferrovia que começa em Salgueiro, Sertão Central de Pernambuco, e terá como destino final o atracadouro pernambucano. O evento terá a presença da governadora Raquel Lyra.
Em Suape, a discussão aponta para o futuro: como o porto receberá a ferrovia e como isso pode transformar Pernambuco em um hub logístico, fortalecendo cadeias produtivas e atraindo novos investimentos. O porto pernambucano ficará mais competitivo se for atendido por uma ferrovia.
Nos eventos anteriores, o Conexões Transnordestina ouviu representantes dos principais setores produtivos do Estado — do gesso e da fruticultura à indústria e à avicultura — e consolidou uma ampla agenda de propostas e expectativas sobre o papel da ferrovia no desenvolvimento regional.
No seminário, será entregue uma carta de intenções à governadora mostrando algumas questões citadas durante os debates que mostraram o potencial de carga de várias regiões do estado assim como a necessidade da implantação do trecho Salgueiro-Suape da Transnordestina para deixar Pernambuco e estados vizinhos mais competitivos.
O evento também terá um painel sobre a ferrovia que vai contar com a participação do superintendente da Sudene, Francisco Alexandre; o presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto; o professor e especialista em transporte Maurício Pina; e um representante da sociedade civil, que será o professor Daniel Magalhães.
As inscrições estão abertas, são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla.
“Os seminários realizados pelo Movimento Econômico mostraram que o trecho Salgueiro-Suape tem carga. Esta luta do trecho Salgueiro-Suape da Transnordestina não deve ser só de Pernambuco, mas envolver também Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte”, resume o membro do Comitê Tecnológico Permanente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco (CREA-PE) e ex-reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Carlos Calado,
Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte estão sem transporte ferroviário desde 2013. O ministro dos Transportes, Renan Filho, chegou a dizer, no dia 31 de outubro último, que o trecho Salgueiro-Suape será a linha tronco para depois conectar, por ferrovia, os estados citados acima.
O seminário Conexões Transnordestina foi iniciado, em julho último, e passou por Salgueiro, Araripina, Petrolina, Belo Jardim e Caruaru. O evento mostrou o impacto que a ferrovia vai trazer para cada uma das cidades e suas respectivas regiões. O evento é realizado pelo portal Movimento Econômico com patrocínio da Sudene e do Porto de Suape.
A implantação da ferrovia vai reduzir o custo logístico ao longo de todo o traçado e isso pode se refletir, por exemplo, em Salgueiro - que pode se tornar um grande polo logístico inclusive com uma central de distribuição de combustíveis -, na redução do custo dos grãos e outros insumos para o setor avícola de Pernambuco principalmente no Agreste; na vantagem que um frete mais barato pode trazer ao polo do gesso do Araripe - que sofre a concorrência com o similar espanhol e maranhense, ambos escoados por ferrovia; entre outros.
“Também é importante lutar para que seja retomado o trecho Salgueiro-Petrolina”, lembra Carlos Calado. Petrolina é a cidade que concentra um grande polo de fruticultura - com cargas como as frutas e insumos - e poderia fazer um transporte intermodal com a hidrovia do São Francisco.
Ferrovia Transnordestina em Pernambuco no trecho entre Salgueiro e Custódia que tem 179 km finalizados. Foto: Movimento Econômico
Transnordestina no trecho Salgueiro-Suape
As obras do trecho Salgueiro-Suape estão paralisadas pelo menos desde 2016. A ferrovia pernambucana tem 544 km, sendo que 179 km estão finalizados. Estatal do governo federal, a Infra S.A. lançou um edital de licitação, no último dia 31 de outubro, para contratar uma empresa que fará a retomada do empreendimento.
No trecho Salgueiro-Suape, a licitação que marca a retomada visa construir um trecho de 73 quilômetros, entre Custódia e Arcoverde com um orçamento estimado em R$ 415 milhões, bancados com recursos federais. Este trecho tem 37% de execução. A abertura das propostas vai ocorrer no começo de janeiro e a expectativa é de que as obras recomecem no primeiro trimestre de 2026.
As obras da Transnordestina começaram em 2006, quando a ferrovia tinha um traçado que começava em Eliseu Martins, no Sul do Piauí, seguia até Salgueiro e depois desta cidade se dividia em dois ramais: Salgueiro-Porto de Pecém e Salgueiro-Porto de Suape. Em 2022, a TLSA - concessionária que estava à frente das obras - devolveu o trecho Salgueiro-Suape dizendo que não tinha viabilidade econômica.
Com 1206 km de extensão, o trecho que liga Eliseu Martins-Salgueiro-Pecém teve as obras retomadas pela pela TLSA em 2023 e deve ser concluído em 2027. Existem 500 km do trecho cearense em que os trens vão entrar em fase de testes depois que a concessionária cumprir algumas exigências do licenciamento ambiental.
Já o trecho Salgueiro-Suape deve ser concluído em 2029 e, posteriormente, será feita uma concessão ou Parceria Público-Privada (PPP) para uma empresa da iniciativa privada explore a operação desta ferrovia.
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