Sex, 05 de Dezembro

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BRASIL

Pacote de compensação ao tarifaço deve ficar para próxima semana

Ministérios estão fazendo revisão para ter certeza que medidas vão beneficiar apenas empresas realmente afetadas

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao vice-presidente, Geraldo AlckminPresidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao vice-presidente, Geraldo Alckmin - Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

O anúncio do pacote de compensação do governo ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros deve ficar para a próxima semana. Segundo integrantes de dois dos ministérios envolvidos na elaboração das medidas, não haverá tempo de concluir o trabalho até sexta-feira.

Por isso, a expectativa é que a apresentação das medidas só ocorra no começo da semana que vem. No momento, as equipes da Fazenda, da Casa Civil e da pasta de Indústria e Comércio estão fazendo os cálculos dos impactos que o pacote trará aos cofres públicos.

Ao mesmo tempo, técnicos estão conferindo novamente se as medidas realmente vão alcançar todas as empresas que serão afetadas pela taxa de 50% para exportação. A verificação visa também encontrar eventuais brechas que permitam que empresas não atingidas se beneficiem.

A sobretaxa, a maior aplicada pelo presidente Donald Trump a um país, vai atingir 35,9% das exportações enviadas ao EUA e afetar produtos-chave da pauta comercial, como carne, café e frutas.

 

A ideia do governo é focar o pacote de compensação no socorro aos setores mais afetados no Brasil, especialmente o agronegócio. Parte do plano de contingência deve envolver um programa para compra governamental de produtos que seriam escoados para os Estados Unidos, principalmente de perecíveis, como pescados, frutas e mel. O Executivo pediu aos setores afetados uma lista com a mercadoria que deve “sobrar” e o preço que seria necessário para viabilizar a compra.

Em outra frente, o Ministério da Agricultura estuda aumentar a exigência de produtos naturais na fabricação de sucos, iogurtes e sorvetes industrializados.

O pacote deve prever ainda uma linha de crédito viabilizada pelo BNDES para pecuaristas e agroindústrias, com juros subsidiados pelo Tesouro. O plano é financiar capital de giro e abertura de mercados alternativos.

Segundo técnicos, a medida indica que garantias entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões seriam suficientes para estimular até R$ 20 bilhões em empréstimos do banco de fomento e do setor privado para as empresas afetadas.

A nova linha de crédito teria uma carência e prazo alongado de pagamento. Como o BNDES opera em parceria, a verba é direcionada a vários agentes financeiros para viabilizar a tomada do crédito.

Também está nos planos um programa temporário de redução temporária de jornadas e salários, com compensação da perda de remuneração

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