Seis mil caminhões com alimentos estão prontos para entrar em Gaza
Após quase 22 meses de guerra, a Faixa de Gaza enfrenta a "fome generalizada", segundo a ONU, e depende totalmente da ajuda humanitária
A ONU conta com cerca de 6.000 caminhões carregados com alimentos, atualmente bloqueados fora da Faixa de Gaza, prontos para entrar no território palestino, assolado pela fome extrema, informou o diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, nesta sexta-feira (1º).
A Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) "tem 6.000 caminhões carregados com ajuda humanitária bloqueados fora de Gaza, esperando o sinal verde para entrar", declarou Lazzarini na rede social X.
O diretor da UNRWA defendeu o envio de ajuda por via terrestre em vez de lançamentos aéreos, pois "custam pelo menos 100 vezes mais do que os caminhões", capazes de transportar "o dobro de ajuda que os aviões".
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Após quase 22 meses de uma guerra devastadora desencadeada pelo sangrento ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, a Faixa de Gaza enfrenta a "fome generalizada", segundo a ONU, e depende totalmente da ajuda humanitária.
No fim de maio, Israel flexibilizou parcialmente o bloqueio total imposto a Gaza desde o início de março, que causou a escassez gravíssima de alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais.
Desde então, a ajuda voltou a entrar por terra no território sitiado, mas em sua maioria através da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos, em quantidades consideradas amplamente insuficientes pela comunidade humanitária internacional.
Nos últimos dias, de 100 a 200 caminhões com ajuda conseguiram entrar diariamente em Gaza, segundo o Cogat, organismo subordinado ao Ministério da Defesa israelense, enquanto a ONU estima que seriam necessários pelo menos 500 por dia.
Desde 19 de maio, dos 2.010 caminhões enviados para Gaza, apenas 260 chegaram ao seu destino sem contratempos, e 1.753 foram interceptados, "seja pacificamente por pessoas famintas ou [...] por atores armados", aponta o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops).

