Sáb, 06 de Dezembro

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EUA

Trump dá ultimato à Rússia para cessar-fogo em 50 dias e ameaça com "tarifas severas"

Republicano acrescentou que haverá 'tarifas secundárias' de cerca de 100%

O presidente dos EUA, Donald Trump O presidente dos EUA, Donald Trump  - Foto: John Thys / AFP

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira que vai impor "tarifas muito severas" contra a Rússia, caso Moscou não aceite negociar um cessar-fogo em 50 dias. O anúncio foi feito a partir da Casa Branca, ao lado do secretário-geral da Otan, Mark Rutte. O republicano acrescentou que haverá "tarifas secundárias" de cerca de 100%.

Era esperado que Trump — que prometeu um grande anúncio sobre a guerra na Ucrânia para esta segunda — confirmasse um novo fornecimento de armas a Kiev, incluindo baterias de defesa antimísseis Patriot. O republicano tem expressado crescente decepção e raiva com o líder russo, Vladimir Putin, pela recusa em concordar com um cessar-fogo.

A última visita de Rutte à Casa Branca, em 13 de março, ocorreu em um contexto totalmente diferente na coordenação contra a Rússia, pouco depois da fatídica reunião de Trump com o presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, em que os dois discutiram publicamente diante de repórteres, e o americano acusou o líder aliado de ingratidão.

Naquela oportunidade, Rutte disse que havia sentido um "compromisso muito claro" de Trump com a Otan, mas foi mais cauteloso ao se referir à alegação da Casa Branca àquela altura, de que um cessar-fogo estaria próximo.

— Ainda não chegamos lá — disse à Bloomberg.

O secretário-geral da Otan vem atuando como um articulador da compra de armas americanas por outros Estados-membros da Otan para fornecer à Ucrânia — a Alemanha se ofereceu para comprar dois sistemas anti-mísseis Patriot, enquanto a Noruega se ofereceu para pagar por um sistema adicional —, em um momento que Trump se mostra avesso à ideia de arcar com os gastos de defesa dos aliados.

Em uma publicação na Truth Social pouco antes do encontro, o republicano afirmou que EUA foram "enganados" em gastos comerciais e militares por décadas, alegando que isso custou trilhões de dólares ao país.

"Os países deveriam se acomodar e dizer: obrigado pelos muitos anos de 'carona', mas sabemos que agora vocês precisam fazer o que é certo para os Estados Unidos. Devemos responder dizendo: obrigado por compreenderem a situação em que nos encontramos. Muito grato!", escreveu ele.

Apesar da retórica sobre a conta a pagar, a expectativa sobre o apoio à Ucrânia é positivo. Em Kiev, o presidente ucraniano classificou como muito "produtiva" uma reunião com o enviado especial dos EUA, Keith Kellogg, que chegou ao país nesta segunda. A pauta da reunião incluiu o fortalecimento das defesas aéreas e um possível cessar-fogo.

"Falamos sobre o caminho para a paz e o que podemos fazer juntos de forma prática para nos aproximarmos dela", escreveu Zelensky nas redes sociais após o encontro. "Isso inclui o reforço da defesa aérea da Ucrânia, a produção conjunta e a aquisição de armas defensivas em colaboração com a Europa".

O líder ucraniano também voltou a pressionar pela imposição de novas sanções contra a Rússia e contra países que apoiam sua ofensiva militar. Uma proposta no Congresso americano pretende dar a Trump o poder para tarifar em 500% os países que mantenham negócios com os setores de petróleo e gás natural com a Rússia, bem como outras áreas sancionadas. A medida poderia afetar países como China, Índia e Brasil. 

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