Ação ambiental com pescadores promove limpeza do Rio Capibaribe
Evento "Há Gosto pelo Capibaribe" chega a sua 13ª edição

Chegando a sua 13ª edição, ocorre, nesta quarta-feira (31), no Recife, o "Há Gosto pelo Capibaribe", iniciativa da ONG Recapibaribe, que também abriga o bar Capibar, e que busca chamar a atenção para a preservação do Rio Capibaribe. Anualmente, o evento reúne pescadores que participam de uma gincana voltada para a limpeza do rio, demonstrando a poluição presente nas águas.
Este ano, 75 pescadores participam da iniciativa. Como forma de promover mais conscientização e educação ambiental, eles recolhem os lixos encontrados desde a concentração do evento, na altura do Capibar, no bairro do Monteiro, na Zona Norte do Recife, até a rampa da Escola de Remo do Sport, na Ilha do Leite, área central da cidade.
Todos os participantes receberam uma cesta básica e R$ 100 por barco. O pescador que vencer a gincana e recolher a maior quantidade de lixo recebe um prêmio de R$ 300. Já o segundo e o terceiro colocados recebem, respectivamente, R$ 200 e R$ 150 cada. O patrocínio é do Capibar.
No ano passado, foram recolhidas 29 toneladas de lixo. O pescador Ingridon de Oliveira Barbosa, de 29 anos, venceu a competição. “A gente recolheu umas três toneladas de lixo. Tinha bucha, pneu, sofá, bacia de banheiro. Tem de tudo”, lembrou.
Pescador há 12 anos, ele destaca que com o passar do tempo, a quantidade de peixe vem diminuindo significativamente. “Tá ficando mais escasso. A cada ano está diminuindo mais a quantidade de peixe”, disse. Muito disso, avalia, está ligado à poluição do Capibaribe, que acredita estar ainda longe de acabar. “Queria eu ter essa notícia para dar [de que o rio está menos poluído]. Mas do jeito que está, tem muito lixo”, frisou.
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“Eu queria que as pessoas não jogassem mais lixo no rio, que está prejudicando muito o meio-ambiente e a gente também, que vive da pesca”, continuou.
Fundadora e coordenadora do Recapibaribe, Maria do Socorro Cantanhêde, de 62 anos, reforça que o principal objetivo da ação é buscar a conscientização ambiental e a despoluição do rio.
“A nossa intenção de fazer esse trabalho no rio é de dizer que o que nós queríamos era pescar 29 toneladas de peixe. Imagina a festa. Lembra quando Jesus mandou lançar a rede? Só que a gente lança as nossas mãos para coletar os lixos que a cidade joga no Rio Capibaribe”, disse.
“Os gestores têm que fazer um trabalho mais forte de conscientização em toda a cidade. A gente precisa unir mais as nossas forças com os outros municípios que poderiam se juntar para fazer mutirões de limpeza no rio para chamar a atenção para o rio mais importante do estado de Pernambuco, que é o Rio Capibaribe. Nós precisamos formar grandes cidadãos, com muita educação, para cuidar desse Rio Capibaribe, porque as futuras gerações que estão chegando precisam encontrar o rio melhor do que a gente recebeu. Essa é a nossa consciência, é deixar melhor para quem está chegando”, frisou.
