Sáb, 06 de Dezembro

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Após Google, petroleiras aderem ao 'Golfo da América' de Trump

BP e Chevron alteram nome do Golfo do México em seus balanços financeiros após decreto do presidente americano determinando a mudança

Presidente dos EUA, Donald TrumpPresidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Mandel Ngan / AFP

Algumas petroleiras, incluindo a britânica BP, começaram a usar o nome Golfo da América em seus balanços para se referir ao Golfo do México, após o presidente dos EUA, Donald Trump, baixar um decreto mudando o nome da região.

O golfo em questão é uma área do Oceano Atlântico que banha os territórios americano e mexicano e que é rica em petróleo. As relações entre os dois países estão estremecidas, após Trump anunciar - e depois adiar - sobretaxa sobre produtos mexicanos.

A BP usou pela primeira vez a nomenclatura em seu relatório financeiro, divulgado nesta terça-feira, para se referir às operações que tem na região, incluindo registros retroativos, como o vazamento ocorrido de óleo em 2010.

A americana Chevron também adotou a expressão em seu último balanço, referente ao quarto trimestre de 2024 e divulgado em 31 de janeiro.

Já a Shell, com sede no Reino Unido e que também já divulgou resultado, manteve o nome original do golfo.

A polêmica em torno do novo nome também chegou ao Google. A empresa alterou a nomenclatura da região no aplicativo Google Maps usado pelos americanos.

No app usado pelos mexicanos, o nome original foi mantido. Já para os demais usuários do mundo, ao buscarem a área, será exibido o nome Golfo do México e, entre parênteses, Golfo da América.

No decreto assinado por Trump que muda o nome do golfo também foi alterado o nome de uma montanha no Alasca que é considerada a mais alta no país. O ex-presidente Barack Obama renomeou o marco para Denali, em 2015, como um aceno à população nativa da região.

Agora, o monte voltou a ser chamado de Monte McKinley. A medida se insere na cruzada antidiversidade que Trump vem liderando no país desde que assumiu a Casa Branca, em janeiro.

As novas políticas do presidente americano buscam eliminar programas de equidade e inclusão nas empresas e órgãos governamentais. Um de seus decretos assinados no início do mandato, Trump determinou que fosse eliminada o que chamou de "ideologia de gênero" nas instituições públicas.

Segundo fontes do jornal britânico Financial Times, a administração Trump teria pedido também para que quatro grandes consultorias que prestam serviço para o governo removesse os pronomes indicativos de gênero (Miss ou Mrs, que significam senhorita e senhora em inglês) da assinatura de emails externos de funcionários.

Ainda de acordo com o FT, após essa determinação, a Deloitte enviou email para cerca de 15 mil empregados com essa recomendação.

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