Ataque jihadista mata 16 militares na Síria, diz ONG
Após derrota em 2019 por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos e pelas forças curtas, os jihadistas recuperaram o vasto deserto sírio, onde continuaram os ataques
Dezesseis militares do Exército sírio morreram em um ataque do grupo Estado Islâmico (EI) e pela explosão de minas colocadas pelos jihadistas no deserto sírio, informou nesta quarta-feira (12) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Os soldados realizaram uma operação de varredura na região de Sukhna, na província de Homs, escoltados pela Força Aérea Russa, precisou a ONG, sedada no Reino Unido, mas que conta com uma rede de informantes na Síria.
“Dezesseis membros das forças do regime, incluindo um oficial superior, morreram quando entraram num campo de minas e foram alvo de um ataque do grupo EI”, indicou o OSDH.
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Essa organização jihadista apoderou-se de extensões de território na Síria e no Iraque em 2014, proclamando um "califado" e impondo um regime de terror, até ser derrotada em 2019 por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos e pelas forças curtas.
Desde então, os jihadistas recuperaram o vasto deserto sírio, onde continuaram os ataques.
No início de junho, seis pastores morreram num assalto do EI na província de Homs, segundo o OSDH.
Até agora neste ano, pelo menos 348 soldados e combatentes de grupos aliados do regime sírio morreram em ataques, emboscadas e explosões provocadas pelo grupo, principalmente nas províncias de Deir Ezzor, Homs e Raqa, segundo esta mesma ONG.
De acordo com um relatório da ONU publicado em janeiro, haveria entre "3.000 e 5.000" jihadistas no Iraque e na Síria. O grupo manteria um "centro logístico e de operações" no deserto sírio.
A guerra na Síria, desencadeada em 2011 pela brutal repressão contra manifestações pró-democracia, deixou mais de meio milhão de mortos e um país fragmentado.
As minas representam uma ameaça significativa para a população e, para removê-las, o Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas (UNMAS) precisaria de cerca de 26 milhões de dólares (R$ 139 milhões), disse à AFP Joseph McCartan, diretor deste programa na Síria.