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Atentado deixa 14 mortos e 75 feridos no sul das Filipinas

O ataque aconteceu em Jolo, capital da província de maioria muçulmana

Atentado nas Filipinas deixa mortos e feridosAtentado nas Filipinas deixa mortos e feridos - Foto: NICKEE BUTLANGAN / AFP

Ao menos 14 pessoas morreram e 75 ficaram feridas, incluindo soldados e policiais, em duas explosões nesta segunda-feira (24) em uma ilha do sul das Filipinas que é um reduto do islamismo, anunciaram as autoridades locais.

O ataque aconteceu em Jolo, capital da província de maioria muçulmana de Sulu, onde as forças de segurança apoiadas pelo governo lutam há muitos anos contra o grupo Abu Sayyaf. Sete soldados, um policial e seis civis morreram nas explosões, a primeira e mais potente delas provocada por uma bomba de fabricação caseira colocada em uma motocicleta estacionada fora de um supermercado, afirmou à imprensa o tenente Corleto Vinluan.

Pouco depois, uma segunda explosão aconteceu na mesma rua, quando um homem-bomba detonou a carga que transportava no momento em que a polícia isolava a área, de acordo com Vinulan. Um total de 27 soldados e policiais ficaram feridos na explosão, assim como 48 civis, de acordo com fontes militares e a prefeitura.

Um soldado viu uma pessoa deixando a motocicleta fora do supermercado, "onde havia muitas pessoas", incluindo militares. A explosão aconteceu de maneira imediata, afirmou o tenente Ronaldo Mateo. "Nossos soldados estavam organizando operações para garantir a segurança. Neste momento aconteceu a explosão da bomba de fabricação caseira", completou. "O Abu Sayyaf provavelmente está por trás do atentado", afirmou Mateo.

Considerado uma organização terrorista pelo governo dos Estados Unidos, o Abu Sayyaf é uma rede de islamita filipinos acusada pelos atentados mais violentos no arquipélago, além de sequestros de turistas estrangeiros e missionários cristãos. O grupo tem vínculos com militantes do Estado Islâmico (EI) e deseja instaurar um califado no sudeste da Ásia.

As explosões desta segunda-feira aconteceram após a detenção, no início de agosto, do líder do Abu Sayyaf na ilha de Mindanao (sul do país). As forças de segurança estavam em alerta para a possibilidade de ataques de represália após a detenção de Abdulyihad Susukan, que é acusado de sequestrar e decapitar muitos estrangeiros. Ele é acusado por 23 assassinatos, cinco sequestros e seis tentativas de assassinato.

O porta-voz do presidente Rodrigo Duterte, Harry Roque, condenou o que chamou de "ataques vis" e expressou condolências às famílias e amigos das vítimas. "Pedimos aos moradores de Jolo que permaneçam vigilantes e informem sobre qualquer atividade ou pessoa suspeita em suas áreas", disse Roque.

A Guarda Costeira filipina emitiu um "alerta vermelho" para Sulu e várias zonas nesta região turbulenta. As explosões aconteceram perto de uma catedral católica em Jolo, onde dois homens-bomba executaram um atentado em janeiro de 2019 que matou 21 pessoas. O ataque foi atribuído ao Sayyaf.

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