Brasileiro-palestino que morreu em prisão de Israel tinha sinais de 'desnutrição extrema'
Walid Khaled Abdallah Ahmed, de 17 anos, morreu sob custódia do Serviço Prisional de Israel
O corpo do brasileiro-palestino Walid Khaled Abdallah Ahmed, de 17 anos, morto sob custódia do Serviço Prisional de Israel, apresentava sinal de "desnutrição extrema", apontou o laudo da autópsia realizada cinco dias após a morte, em fevereiro.
Walid era filho de pai brasileiro e vivia na Cisjordânia antes de ser preso pelas autoridades do Estado judeu.
"Os resultados da autópsia sugerem que Ahmad sofria de desnutrição extrema, provavelmente prolongada, conforme observado pelo estado profundamente caquético e queixas de ingestão alimentar inadequada desde pelo menos dezembro de 2024”, indica o laudo do Instituto Forense Abu Kabir em Tel Aviv.
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Walid foi preso em 30 de setembro do ano passado, na Cisjordânia, acusado de agredir soldados israelenses. Levado por forças israelenses à prisão de Megido, em território israelense, ele morreu em circunstâncias que ainda não foram totalmente esclarecidas.
A Federação Árabe-Palestina do Brasil divulgou uma nota na semana passada na qual afirma que o jovem teria morrido após sofrer uma pancada na cabeça após sofrer uma queda, provavelmente provocada pela falta de alimentação. O grupo com atuação no Brasil divulgou também um apelo do pai de Walid, Khaled Abdalla Fadel.
"Nós pedimos à imprensa brasileira e ao governo brasileiro que pressionem pela devolução do corpo de Walid. É desumano prender um jovem inocente, que não foi julgado e morreu por negligência médica, fome e sede. O mínimo que nós esperamos é que seu corpo seja devolvido para ser enterrado de forma digna, conforme a religião islâmica", diz Khaled na nota.
Poucos dias após a morte do jovem, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro cobrou celeridade e transparência nas investigações sobre o caso de Walid, Na oportunidade, acrescentou que existem atualmente onze brasileiros que moram em territórios palestinos presos em Israel.

