Qua, 17 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Notícias

Caso Carlinhos: menino deixou carta e sumiu na Argentina

Carlos Attias Boudoux, 12 anos, deveria ter sido entregue a mãe no Recife, no último dia 28 de fevereiro, mas desapareceu da casa do pai no dia 23. Interpol comanda buscas

Cláudia Boudoux luta pelo filho na Justiça desde 2016Cláudia Boudoux luta pelo filho na Justiça desde 2016 - Foto: Paullo Almeida/Folha de Pernambuco

O menino Carlos Attias Boudoux, 12 anos, está desaparecido desde o dia 23 de fevereiro e é procurado pela Interpol na Argentina com ajuda de policiais locais. O sumiço é uma reviravolta no Caso Carlinhos e está sendo acompanhado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil e pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH).

Depois de anos de disputa judicial entre a mãe, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, e o pai, o empresário argentino Carlos Attias, finalmente a criança voltaria para o Brasil para ficar com a mãe no dia 28 do mês passado. Contudo, dias antes do prazo o menino teria deixado uma carta e saído de casa. No bilhete, o menino pede para não voltar ao Brasil. As autoridades buscam entender mais esse capítulo da história do menino que foi levado do Recife pelo pai quando tinha 8 anos de idade.

Leia também:
Caso Carlinhos: um ano depois, família ainda vive expectativa do reencontro


Estou desesperada. Depois de três anos de muita luta, sofrimento e espera pela Justiça, buscando forças para esperar que todos os meios de recurso fossem esgotados, em um longo processo que tratou da recondução do meu filho ao Brasil, mesmo tendo o direito de cuidar dele no meu País reconhecido, com decisão até da Corte Suprema da Argentina, uma nova armação do pai, me deixou fora do eixo”, desabafou Cláudia Boudoux.

Para a mãe o filho esta sendo novamente vítima de alienação parental e a carta, assim como o desaparecimento espontâneo foram forjados para adiar o reencontro com o filho. “Ele tinha que tomar conta e trazer o meu filho ao Brasil, no Recife, até 28 de fevereiro, mas, ao invés de cumprir a decisão e o acordo firmado na Argentina em 13 de fevereiro desse ano, escondeu Carlinhos”, completou.

No último dia 1º, advogado Pedro Henrique Reynaldo, do escritório Limongi Sial & Reynaldo Alves Advocacia e Consultoria Jurídica que representa a mãe de Carlinhos, se reuniu na Embaixada do Brasil, em Buenos Aires, para apresentar petição de apoio à representação diplomática brasileira na tomada de medidas mais efetivas e enérgicas das autoridades centrais para a localização do menor e o imediato cumprimento da decisão judicial de repatriação do menino.

“Até agora a criança está sumida e as autoridades estão todas em busca. Precisamos de empenho máximo para encontrá-lo. Depois de tanta luta, tanta espera, tanto processo, no final das contas a criança não chegar foi um baque bem grande para Cláudia”, comentou a advogada que também representa a mãe, Aline Lima de Godoy.

Ela demonstrou descrença de que a carta da despedida tenha sido elaborada por Carlinhos. “Ele repete muito as falas de um adulto, como se fosse reproduzindo palavras do pai. Acreditamos que o conteúdo dela foi direcionado. É tudo muito redondinho para ser pensado por uma criança de 12 anos. Mas, tudo ainda é conjectura, devido a todo o histórico”, ponderou.

O empresário Carlos Attias disse que não vai confrontar-se novamente com a ex-mulher em trocas de acusações. Ele afirmou que tem estado de perto acompanhando as buscas e não teria ideia de onde o filho está, mas acredita que o sumiço dele foi um ato desesperado. “Eu e minha família estamos vivendo este processo com muita tristeza e dor. Estou pedindo a Deus que me dê forças. Os fiscais e a polícia estão em um esforço muito grande para procurar ele. Meu filho não sumiu por acaso. Ele quis tomar essa decisão porque não queria voltar para o Brasil depois experiências tristes que teve com a mãe”, afirmou. Attias contou à reportagem que antes de desaparecer Carlinhos teria tido uma discussão com ele e dito que iria se despedir dos amigos.

Veja também

Newsletter