Chefe do Pentágono adverte Maduro que "a bola está com ele"
Nas últimas semanas, os Estados Unidos mobilizaram oito navios na região do Caribe
Os Estados Unidos manterão sua presença militar no Caribe, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "terá que tomar decisões", porque "a bola está com ele", declarou o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira (10) pela Fox News.
"Eu não gostaria de ser Nicolás Maduro neste momento. Maduro tem muitas decisões a tomar. Estamos mobilizados em uma ilha flutuante de poder americano e estamos prontos para usar esse poder para interceptar e destruir os 'narcoterroristas' que enviam drogas ao nosso país", declarou o agora secretário de Guerra a bordo de um destróier em águas do Caribe.
"A bola está com ele", acrescentou.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos mobilizaram oito navios na região, e a tensão aumentou consideravelmente há oito dias, quando um míssil destruiu uma lancha e matou 11 "narcoterroristas", nas palavras do presidente Donald Trump, que haviam partido da Venezuela.
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Caracas criticou o ataque militar sem precedentes e seus aviões sobrevoaram um navio americano em seguida.
Washington respondeu com o envio de caças F-35 a Porto Rico, e Hegseth visitou as tropas no início desta semana, além do destróier, onde concedeu esta entrevista.
Governos latino-americanos de esquerda criticaram a escalada, especialmente Brasil e Colômbia, enquanto outros, como Trinidad e Tobago, celebraram a presença americana.
"Sabemos que Nicolás Maduro está envolvido em tudo isso há muito tempo. Ele foi acusado e é procurado pelas autoridades do Distrito Sul de Nova York. Há uma recompensa de 50 milhões de dólares (270 milhões de reais), e o governo dos Estados Unidos o busca", lembrou Hegseth.
Hegseth também se referiu à mobilização militar como uma resposta à China, que, segundo ele, ampliou sua influência exponencialmente.
"A China está se posicionando em nosso hemisfério. O governo anterior dormiu ao volante em muitos aspectos da América Central e do Sul (...). Não devemos ceder este hemisfério a ninguém", indicou.

