Defensoria Pública é impedida de acompanhar perícia em corpos de mortos na megaoperação do Rio
Segundo o órgão, a presença de defensores públicos durante as necropsias é considerada fundamental para garantir transparência e fiscalização dos procedimentos
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foi impedida de acessar a sala de perícia e necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, onde estão sendo realizados os exames nos corpos dos mortos na megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha.
A ação na última terça-feira deixou 119 mortos, quatro deles policiais.
Segundo o órgão, a presença de defensores públicos durante as necropsias é considerada fundamental para garantir transparência e fiscalização dos procedimentos.
Nesta quinta-feira, a entrada dos agentes foi autorizada apenas até o pátio e outras áreas do prédio, sem permissão para acompanhar os exames.
A medida gerou preocupação entre familiares e entidades de direitos humanos, que temem a falta de controle externo sobre as perícias.
Leia também
• Em reunião com parlamentares, Castro diz que receberá Alexandre de Moraes na segunda-feira no Rio
• Defensoria do Rio pede ao STF para elaborar laudos paralelos em corpos de 121 mortos em megaoperação
• Força-tarefa no IML: mais da metade dos mortos em operação no Rio foram identificados
A Defensoria informou que instalou uma van no pátio do IML para oferecer apoio jurídico e psicológico às famílias das vítimas, que aguardam a liberação dos corpos.
No local, parentes relatam angústia e desinformação. Muitos ainda não conseguiram identificar os corpos dos familiares ou confirmar se eles estão entre os mortos, desaparecidos ou presos.

