Diretora do Fed vê juro moderadamente restritivo como apropriado para controlar inflação
Cook evitou comentar diretamente em seu discurso ou responder perguntas sobre o processo legal contra o governo Trump

A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Lisa Cook defendeu, ao participar de evento do Instituto Brookings nesta segunda-feira, 3, o corte de juros realizado na semana passada, mas ressaltou que vê a política monetária moderadamente restritiva como apropriada para controlar a inflação.
Esta é a primeira vez que Cook fala publicamente sobre suas perspectivas de política monetária desde que iniciou o processo legal contra sua demissão pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
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"Vi o corte em outubro como apropriado devido a riscos maiores para o emprego do que possível salto da inflação, e é mais um passo rumo a normalização da política monetária", argumentou ela, em discurso preparado para o evento.
Cook evitou comentar diretamente em seu discurso ou responder perguntas sobre o processo legal contra o governo Trump, mas reiterou que está comprometida com o duplo mandato e em retornar a inflação para a meta de 2%.
"Não seria apropriado comentar além do que já foi dito por minha equipe jurídica durante um caso em andamento. Mas posso dizer que é a honra da minha vida servir ao Fed", disse.
Ao ser questionada, Cook afirmou que ainda acredita que vale a pena seguir na carreira pública e incentivar jovens economistas a fazer o mesmo, apesar da pressão e do monitoramento intenso sobre suas atividades.
"Fui motivada a trabalhar como funcionária pública pelo princípio", disse, citando o histórico familiar de lutas por direitos civis. "Acredito que a independência do Fed é algo pelo que vale a pena lutar, mas antes é preciso estar pronto e ter as habilidades necessários para fazer um trabalho efetivo mesmo sem garantias de que conseguirá o cargo, como fiz".
Sobre a controvérsia em torno de sua demissão, a diretora do Fed comentou que "isso também passará e continuarei executando o cargo dado a mim pelo Congresso para proteger o duplo mandato".
