Ter, 16 de Dezembro

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Equador

Equador declara estado de exceção em seis províncias afetadas pela violência

Estado de exceção, que permite ao governo suspender direitos civis, estará em vigor por 60 dias em seis províncias

Forças de segurança observam protesto em Quito Forças de segurança observam protesto em Quito  - Foto: Martin Bernetti/AFP

O Equador declarou nesta terça-feira (2) um novo estado de exceção em seis das 24 províncias do país e em uma cidade mineradora, todas afetadas pela violência do narcotráfico, depois de a Corte Constitucional declarar improcedente uma medida semelhante em junho.

O estado de exceção, que permite ao governo suspender direitos civis, estará em vigor por 60 dias nas províncias costeiras de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena, El Oro e na jurisdição de Camilo Ponce Enríquez (na região andina de Azuay), conforme o decreto divulgado pela secretaria de Comunicação.

O governo argumenta que "a criminalidade escalou quantitativa e qualitativamente para um grau de intensidade alarmante e sem precedentes".

No âmbito do estado de exceção, o presidente Daniel Noboa suspendeu os direitos à inviolabilidade de domicílio e correspondência e à livre associação.

"As Forças Armadas e a Polícia Nacional estão autorizadas a impedir e desarticular reuniões em espaços públicos onde sejam identificadas possíveis ameaças à segurança", acrescenta o decreto.

Em meados de junho, a Corte Constitucional julgou improcedente uma medida semelhante adotada um mês antes para essas províncias e para a região amazônica de Sucumbíos, argumentando que o Executivo não havia justificado adequadamente as razões.

Desde junho, os comandos militar e policial foram transferidos de Quito para o porto pesqueiro de Manta (na província de Manabí), com o objetivo de conter o aumento da criminalidade naquela área após o assassinato de um legislador suplente.

O ano passado foi o mais sangrento para o Equador devido à violência desencadeada por grupos de narcotraficantes que disputam o poder. Os homicídios atingiram o recorde de 47 por cada 100.000 habitantes, em comparação com a taxa de 6 homicídios por cada 100.000 habitantes em 2018.

Após uma escalada do narcotráfico em janeiro, Noboa declarou o país em conflito armado interno e ordenou que as Forças Armadas saíssem às ruas para neutralizar cerca de vinte organizações criminosas, classificadas por ele como beligerantes e terroristas.

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