Sáb, 06 de Dezembro

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Equador quer reproduzir megaprisão de El Salvador

O Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot) tem capacidade para 40.000 prisioneiro

Agentes penitenciários montam guarda em um pavilhão dentro da megaprisão do Centro de Confinamento Antiterrorismo (CECOT)Agentes penitenciários montam guarda em um pavilhão dentro da megaprisão do Centro de Confinamento Antiterrorismo (CECOT) - Foto: Marvin Recinos / AFP

As principais autoridades de segurança do Equador visitaram a megaprisão de segurança máxima de El Salvador para membros de gangues em uma tentativa de reproduzi-la em seu país, assolado pela violência do narcotráfico, informou o governo salvadorenho nesta quarta-feira (30).

Considerada a maior prisão da América Latina, o Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot) tem capacidade para 40.000 prisioneiros e atualmente abriga cerca de 15.000 supostos membros de facções salvadorenhas e, desde março, cerca de 250 venezuelanos que os Estados Unidos deportaram e acusaram de serem criminosos, sem apresentar provas.

"A ordem que encontramos aqui (no Cecot) é realmente impecável. Sem dúvida, é um modelo com o qual devemos aprender e replicar em nosso país", disse o ministro do Interior do Equador, John Reimberg, após uma visita ao local na terça-feira, segundo uma declaração da presidência salvadorenha.

Reimberg visitou o Cecot com o ministro da Defesa do Equador, Gian Carlo Loffredo, após reuniões com autoridades do governo salvadorenho para conhecer a estratégia de combate às gangues.

"As autoridades equatorianas expressaram seu interesse em conhecer em primeira mão a estratégia de segurança" em El Salvador, disse o governo de Nayib Bukele no comunicado.

Os enviados do presidente recentemente reeleito do Equador, Daniel Noboa, também discutiram "a articulação das Forças Armadas em operações de segurança interna" com o ministro da Defesa de El Salvador, René Francis Merino, de acordo com o ministério equatoriano.

A megaprisão foi construída pelo governo de Bukele na "guerra" iniciada em 2022 contra as gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18, com base em um regime de exceção que permite prisões sem mandados e que é fortemente criticado por organizações de direitos humanos.

No Equador, a taxa de homicídios aumentou de seis por 100.000 habitantes em 2018 para 38 em 2024, com um recorde histórico de 47 em 2023.

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