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Covid-19

Espanha volta a obrigar o uso de máscaras ao ar livre

A medida visa conter o avanço da covid-19, que atingiu o recorde de cerca de 50 mil novos casos nas últimas 24 horas

A Espanha é um dos países da Europa mais afetados pela pandemiaA Espanha é um dos países da Europa mais afetados pela pandemia - Foto: Cesar Manso/AFP

A Espanha voltou a impor a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços abertos. A medida visa conter o avanço da covid-19, que atingiu o recorde de cerca de 50 mil novos casos nas últimas 24 horas, segundo anúncio do governo nesta quarta-feira (22). 

“Fica estabelecida a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre”, destacou a nota do governo, sem especificar quando a medida entrará em vigor. 

O texto foi divulgado no momento em que se realizava uma reunião entre o presidente do Governo, Pedro Sánchez, e os líderes das comunidades autônomas do país para discutir medidas contra a disseminação da variante ômicron. 

A Espanha, uma das líderes mundiais em vacinação, registrou nesta terça-feira um recorde nacional de 49.823 novos casos de covid-19 em 24 horas e a variante ômicron, mais contagiosa, já representa quase metade dos novos casos, segundo o Ministério da Saúde.

A tempo para o Natal

No entanto, um conselho extraordinário de ministros foi convocado para a quinta-feira para aprovar o decreto-lei de forma que o uso de máscaras ao ar livre vigore no Natal, que costumar reunir multidões.

Poucos países do mundo apostaram nesta medida. A maioria não obriga o uso de máscara ao ar livre quando o distanciamento seguro é respeitado.

Na Espanha, a medida foi imposta a partir dos seis anos em maio de 2020, em plena primeira onda e depois levantada graças à melhora da situação, em 26 de junho, com a condição de um distanciamento de 1,5 metro entre duas pessoas.

Apesar disso, muitos espanhóis continuavam usando a máscara em ambientes abertos.

Esta nova onda, a sexta da pandemia na Espanha, parece menos grave que as anteriores até o momento: na terça-feira, os pacientes com covid-19 ocupavam 15% dos leitos de UTI, quando eram 30% em meados de janeiro de 2021, segundo dados do ministério da Saúde.

A incidência por habitante era de 695 casos a cada 100.000 nos últimos 14 dias, um número quase quatro vezes maior que em 1º de dezembro.

Na Espanha, a gestão da saúde é uma competência das comunidades, mas o Executivo central pode decidir diretamente por decreto o uso das máscaras.

Retorno do toque de recolher

De olho no Natal, várias comunidades espanholas pediam há semanas ao governo central um endurecimento das medidas sanitárias. Algumas, como Catalunha (uma das mais populosas), exigem inclusive o retorno de restrições mais drásticas.

Até o momento, a Catalunha aguarda a autorização judicial para impor um toque de recolher entre 01h00 e 06h00 (horário local), assim como fechar as casas de festas a partir de 00h00 de quinta-feira.

Além disso, várias comunidades - sem incluir a capital Madri - obrigam a apresentação de um passaporte sanitário para poder entrar em determinados locais públicos.

O futuro decreto também contará com uma nova medida: a validade da vacinação será estabelecida a partir de fevereiro de 2022 em nove meses após a injeção da segunda dose.

O governo anunciou também a "intensificação" e a "aceleração" do processo de vacinação, com objetivos quantificados sobre a terceira dose, 80% dos vacinados entre 60-69 anos.

A Espanha é um dos países com maior taxa da população vacinada, com 89,7% dos maiores de 12 anos com o esquema vacinal completo. Também é um dos primeiros da Europa a lançar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, em 15 de dezembro.

Desde o início da pandemia, o total de casos está acima dos 5,5 milhões de infectados e as mortes estão perto das 89.000, em um país de quase 47 milhões de habitantes. 

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