Sex, 05 de Dezembro

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EUA aceitam formalmente jato de R$ 2,2 mi do Catar que Trump quer usar como novo avião presidencial

Força Aérea foi solicitada a encontrar uma maneira de modernizá-lo para que possa substituir rapidamente o Air Force One; questões de segurança preocupam

O emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, e o presidente dos EUA, Donald TrumpO emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, e o presidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Brendan Smialowski / AFP

Os Estados Unidos aceitaram um luxuoso jato 747 como presente do governo do Qatar, e a Força Aérea foi solicitada a encontrar uma maneira de atualizá-lo rapidamente para que possa ser usado como um novo Air Force One para o presidente Donald Trump, confirmou um porta-voz do Departamento de Defesa nesta quarta-feira.

“O secretário de Defesa aceitou um Boeing 747 do Qatar de acordo com todas as regras e regulamentos federais”, disse o porta-voz chefe do Pentágono, Sean Parnell, em um comunicado na quarta-feira. “O Departamento de Defesa trabalhará para garantir que medidas de segurança adequadas e requisitos de missão funcional sejam considerados para uma aeronave usada para transportar o presidente dos Estados Unidos.”

O avião, cujo valor estimado pelos executivos do setor é de cerca de US$ 200 milhões, exigirá um trabalho extenso antes que possa ser considerado seguro o suficiente para transportar Trump, reconheceram as autoridades do Pentágono nos últimos dias.

— Qualquer aeronave civil precisará de modificações significativas para isso — disse Troy Meink, secretário da Força Aérea, na terça-feira, durante depoimento ao Senado. — Não estamos analisando agora o que será necessário para essa aeronave em particular.

O plano atraiu a preocupação de membros do Congresso, que temem que Trump pressione a Força Aérea a fazer o trabalho tão rapidamente que medidas de segurança suficientes não sejam incorporadas ao avião, como sistemas de defesa contra mísseis ou mesmo sistemas para proteger o avião dos efeitos eletromagnéticos de uma explosão nuclear.

— Se o presidente Trump insistir em converter esse avião em um Air Force One reforçado antes de 2029, eu me preocupo com as pressões que vocês podem sofrer para cortar custos com a segurança operacional — disse a senadora Tammy Duckworth, democrata de Illinois, enquanto Meink depunha.

O presente também atraiu perguntas de democratas e republicanos no Congresso, que temem que o Catar possa estar tentando influenciar indevidamente Trump, ou que o próprio avião possa ter dispositivos de escuta.

O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Aal-Thani, disse publicamente na segunda-feira, pela primeira vez, que seu governo aprovou a entrega do avião como presente, rejeitando a ideia de que se tratava de uma tentativa de influenciar o presidente.

— Somos um país que gostaria de ter uma forte parceria e uma forte amizade, e tudo o que fornecemos a qualquer país é fornecido por respeito a essa parceria e é uma relação de mão dupla — declarou. — É mutuamente benéfico para o Catar e para os Estados Unidos.

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