Sáb, 06 de Dezembro

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América Latina

EUA sanciona presidente de Cuba, quatro anos após protestos históricos

O Departamento de Estado acrescentou o "Torre K", um hotel de 42 andares de Havana, à lista de lugares restritos

Embaixada dos EUA em Havana, Cuba Embaixada dos EUA em Havana, Cuba  - Foto: Yamil Lage/AFP

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (11) pela primeira vez sanções contra o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, "por seu papel na brutalidade do regime contra o povo" ao completarem quatro anos de históricos protestos antigovernamentais.

O Departamento de Estado restringe o seu visto, assim como outras "figuras-chave do regime cubano" como os ministros da Defesa, Álvaro López Miera, e do Interior, Lázaro Alberto Álvarez Casas, informou o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em sua conta na rede social X.

A sanção a Díaz-Canel, líder do Partido Comunista, eleva ao máximo a pressão sobre o governo de Cuba, cujo chanceler, Bruno Rodríguez, denunciou no X a medida do governo de Donald Trump.

Os Estados Unidos "são capazes de impor sanções migratórias contra líderes revolucionários e de manter uma guerra econômica prolongada e implacável contra Cuba, mas não têm a capacidade de dobrar a vontade deste povo nem de seus líderes", protestou Rodríguez.

O Departamento de Estado acrescentou o "Torre K", um hotel de 42 andares de Havana, à lista de lugares restritos "para evitar que dólares americanos financiem a repressão do regime cubano".

Este estabelecimento, inaugurado recentemente em uma área central da capital cubana, gerou fortes críticas devido ao enorme investimento que o governo fez em novos hotéis enquanto o turismo está cada vez menor.

"Enquanto o povo cubano sofre com a escassez de alimentos, água, medicamentos e eletricidade, o regime desperdiça dinheiro", escreveu Rubio.

Também no X, Rubio acusou Cuba de torturar o dissidente cubano José Daniel Ferrer e exigiu uma "prova de vida imediata".

Líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), Ferrer fez parte dos 553 presos libertados em janeiro no âmbito de um acordo entre Cuba e o Vaticano, depois que o ex-presidente americano Joe Biden aceitou retirar a ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo.

Mas, no final de abril, revogaram sua liberdade condicional concedida em janeiro, o que provocou protestos de Washington, que havia voltado a incluir Cuba na lista quando o republicano Trump retornou ao poder em janeiro.

O chefe da diplomacia americana também pediu "a libertação de todos os presos políticos" no país.

Centenas de pessoas foram presas nas manifestações de 2021, as maiores registradas desde o triunfo da revolução em 1959, que terminaram com um morto e dezenas de feridos.

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