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INVESTIGAÇÃO

Governo de Portugal investiga caso de menino brasileiro que teve dedos mutilados em escola

Inspeção-Geral da Educação, órgão ligado ao Ministério da Educação português, será responsável pela apuração

Menino teve os dedos decepados em escola de Portugal.Menino teve os dedos decepados em escola de Portugal. - Foto: Reprodução/Instagram @niestevam98

O caso do menino brasileiro de 9 anos que teve dois dedos mutilados em uma escola de Portugal será investigado formalmente pela Inspeção-Geral da Educação, um órgão fiscalizados ligado ao Ministério da Educação português. A informação foi confirmada à Rádio França Internacional (RFI).

O Agrupamento de Escolas Souselo, região onde fica a escola, também instaurou um inquérito interno. Além das apurações administrativas, a RFI informou que ao menos 15 advogados se ofereceram para representar a família do menino. Os defensores preparam uma queixa ao Ministério Público de Portugal e também ações relacionadas a responsabilidade civil do colégio.

A criança foi atacada na escola na segunda-feira, 10. A mãe do menino, Nívia Estevam, de 27 anos, contou que o menino já tinha sofrido outras agressões na Escola Básica da Frente Coberta, que fica a cerca de 130 km da cidade do Porto.

Segundo ela, o menino tinha acabado de entrar no banheiro quando dois colegas o seguiram e fecharam a porta sobre seus dedos. Eles teriam pressionado a porta até a amputação e a criança precisou se arrastar para pedir socorro.

Em entrevista à RFI, a mulher relatou não ter recebido nenhum contato do Ministério da Educação de Portugal, da escola ou dos pais das crianças envolvidas no caso. Ela disse que somente o Consulado do Brasil no Porto ofereceu apoio jurídico e psicológico.

A mãe do menino afirmou que, na segunda-feira, recebeu um telefonema da escola relatando que o filho havia sofrido um acidente leve. Porém, já na ambulância, ela disse que o bombeiro colocou o dedo do filho na sua mão e pediu que segurasse.

Nívia afirmou que a família vai começar o acompanhamento psicológico. Em relação à saúde do menino, ela contou que ele fará a troca de curativo na quarta-feira, 19. Ele passou por uma cirurgia de 3 horas, mas as pontas dos dedos não puderam ser reconstituídas.

Pesadelos e gravidez
Na entrevista, Nívia disse também que a família mudou de endereço com receio da repercussão do caso. A família está provisoriamente na casa de parentes. "Nós não iremos voltar para casa. O José não vai voltar para aquela escola. Ainda estamos procurando casa", afirmou à RFI.

Ela contou que o menino passa os dias sem ter acesso às redes sociais. Segundo a mulher, o período da noite é mais complicado porque o menino tem tido pesadelos e precisa ser medicado.

"Só quero que cuidem do trauma dele. Que ele volte a brincar, a sorrir, a ser criança", disse. Nívia afirmou também na entrevista que havia descoberto que está grávida um dia antes do acidente com o filho. Ela estava há dois anos tentando a gravidez.
 

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