'Greenwashing': marcas têm propagandas proibidas por exagero em benefícios ambientais de roupas
De acordo com órgão regulador de publicidade do Reino Unido, as marcas teriam exagerado os benefícios ambientais de suas roupas nessas publicidades
A Advertising Standards Authority (ASA), órgão regulador de publicidade do Reino Unido, proibiu uma seleção de anúncios produzidos por Nike, Lacoste e Superdry após concluir que elas fizeram afirmações enganosas sobre sustentabilidade. De acordo com o órgão, as três marcas teriam exagerado os benefícios ambientais de suas roupas nessas publicidades.
Segundo reportagem do Financial Times, a ASA informou nesta quarta-feira que havia proibido, em junho, um anúncio de cada empresa no Google, afirmando que as três marcas não comprovaram suas respectivas declarações aos consumidores.
O FT destaca que o anúncio da Nike destacava “materiais sustentáveis” usados em suas camisas polo, enquanto que a Lacoste divulgou suas roupas infantis como “sustentáveis e elegantes”. Já a Superdry afirmava que comprar seus produtos poderia “desbloquear um guarda-roupa que combina estilo e sustentabilidade”, revela o jornal britânico.
A decisão do órgão regulador britânico de expor e constranger as empresas ocorre em meio a uma repressão regulatória mais ampla contra o greenwashing por varejistas de moda. A prática é uma estratégia de marketing na qual empresas promovem seus produtos como ambientalmente responsáveis sem cumprir os critérios reais de sustentabilidade.
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Atualmente, ressalta o jornal, marcas de moda fazem afirmações sobre a sustentabilidade de seus materiais e métodos de produção como algo rotineiro, à medida que um número crescente de consumidores se conscientiza da grande contribuição da indústria para o aquecimento global.
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No ano passado, a autoridade de concorrência do Reino Unido repreendeu as varejistas de fast fashion Asos e Boohoo, bem como a George, marca de roupas da Asda, por suas alegações ambientais, lembra a reportagem.
A indústria têxtil e da moda é responsável por uma estimativa de 2% a 8% das emissões de gases de efeito estufa, principalmente como resultado dos processos de branqueamento, tingimento e acabamento, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Em entrevista ao FT, Justine Grimley, gerente de operações da ASA, afirmou que tais decisões tomadas pelo órgão regulador ''enviam uma mensagem clara de que os anunciantes devem ser capazes de comprovar suas alegações ecológicas com evidências sólidas, para que as pessoas recebam informações justas e precisas ao escolher o que comprar”.

