Sáb, 27 de Dezembro

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Maternidade

Hemorragias e distúrbios hipertensivos lideram causas de morte materna

Estudo da OMS revela que condições como pré-eclâmpsia responderam por milhares de óbitos em 2020

Estudo divulgado nesta sexta- feira (7) aponta que hemorrogia e distúrbios hipertensivos, como a pré-eclâmpsia, foram as principais causas de morte materna no mundo em 2020Estudo divulgado nesta sexta- feira (7) aponta que hemorrogia e distúrbios hipertensivos, como a pré-eclâmpsia, foram as principais causas de morte materna no mundo em 2020 - Foto: Arquivo/MDS

Hemorragias e distúrbios hipertensivos, como a pré-eclâmpsia, foram as principais causas de morte materna no mundo em 2020, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta sexta-feira (7) na revista The Lancet Global Health. Os quadros foram responsáveis por cerca de 80 mil e 50 mil mortes, respectivamente, evidenciando a falta de acesso a tratamentos eficazes para gestantes.

"Entender por que mulheres grávidas e mães estão morrendo é essencial para combater a crise persistente da mortalidade materna no mundo", afirmou Pascale Allotey, diretora do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva da OMS.

O levantamento aponta que, no total, 287 mil mortes maternas ocorreram em 2020, o que equivale a uma a cada dois minutos. A hemorragia foi responsável por 27% dos óbitos, enquanto a pré-eclâmpsia e outros distúrbios hipertensivos responderam por 16%.

A pré-eclâmpsia, condição caracterizada por pressão arterial elevada, pode levar a acidente vascular cerebral, hemorragia, convulsões e falência de órgãos se não tratada adequadamente. O quadro, que costuma surgir após a 20ª semana de gestação, está relacionado a alterações na formação dos vasos sanguíneos da placenta, afetando o fluxo sanguíneo e aumentando a pressão arterial.

Outras causas 

O estudo, primeira atualização global da OMS sobre o tema desde 2015, também destaca outras causas frequentes de mortalidade materna, como sepse, embolia pulmonar e complicações decorrentes de abortos espontâneos ou inseguros. Doenças como HIV/aids, malária, anemia e diabetes representam quase 23% das mortes relacionadas à gestação, muitas vezes por falta de tratamento adequado.

A pesquisa também chama atenção para a subnotificação de casos, especialmente de suicídio materno, registrado oficialmente por apenas 12 países, e de mortes tardias, que ocorrem até um ano após o parto. Além disso, um terço das mulheres em países de baixa renda sequer recebe atendimento médico nos primeiros dias após dar à luz.

Para enfrentar essa realidade, a OMS lançou em 2024 um plano global para combater a hemorragia pós-parto. Em 2025, a organização vai dedicar o Dia Mundial da Saúde à saúde materna e neonatal, reforçando a necessidade de ampliar o acesso a cuidados de qualidade antes, durante e após a gravidez.

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