Homem continua vivo 8 meses após transplante de rim de porco
Tim Andrews, de 67 anos, submetido a um transplante de rim de porco geneticamente modificado em janeiro deste ano, está saudável
Tim Andrews, de 67 anos, submetido a um transplante de rim de porco geneticamente modificado em janeiro deste ano, continua saudável e vivo, mesmo após oito meses do procedimento. Esse é o maior tempo em que uma pessoa já sobreviveu com um órgão de porco.
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O recorde anterior pertencia à norte-americana Towana Looney, de 53 anos. Ela viveu com um rim de porco geneticamente modificado por quatro meses e nove dias, mas teve que tirá-lo no início deste ano após a rejeição do próprio sistema imune.
Andrews tinha doença renal terminal e fazia diálise há mais de dois anos. Ele foi um dos três pacientes do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, selecionados para passar por um xenotransplante com rins de porco fornecidos pela empresa de biotecnologia eGenesis. Agora, oito meses após o procedimento, Andrews está livre da diálise.
Especialistas afirmam que os seis primeiros meses com o rim animal transplantado são os mais delicados, com maior risco para o paciente. Nesse período é comum o registro de casos de anemia ou ataques do próprio sistema imunológico ao novo órgão.
O rim é o órgão mais comum necessário para transplante, e estima-se que as taxas de doença renal em estágio terminal aumentem nos próximos anos. Atualmente no Brasil, 42.430 pessoas aguardam por um transplante. Destas, 39.161 aguardam por um rim.
Para funcionar dentro do corpo humano, o órgão do porco passa por três modificações genéticas: a eliminação de três antígenos para prevenir a rejeição do rim; a adição de sete genes humanos para reduzir inflamações e risco de complicações hemorrágicas; e a desativação de retrovírus encontrados no genoma dos suínos.
A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, aprovou nessa semana, que a empresa eGenesis inicie testes clínicos de transplantes de rins de porco geneticamente modificados em até 33 pessoas com 50 anos ou mais e doença renal em estágio terminal.
A esperança dos pesquisadores é que o procedimento ajude a reduzir significativamente as filas de espera por transplantes de órgãos.

