Irã acusa chefe da OEA de ter "más intenções"
"A insistência de @rafaelgrossi em visitar os locais bombardeados (...) não faz sentido", escreveu ministro na rede social X
O Irã rejeitou nesta sexta-feira (27) o pedido do chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, de visitar as instalações bombardeadas por Israel e Estados Unidos e o acusou de ter "más intenções".
"A insistência de @rafaelgrossi em visitar os locais bombardeados (...) não faz sentido e pode até ocultar más intenções", escreveu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi, na rede social X.
Afirmando que o Irã estava prestes a fabricar a bomba atômica, apesar de Teerã ter negado reiteradas vezes querer se dotar dessa arma, Israel lançou, em 13 de junho, uma campanha de bombardeios contra instalações nucleares e militares iranianas que resultou na morte de comandantes de alto escalão e de cientistas envolvidos no desenvolvimento do programa nuclear.
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No domingo, por ordem do presidente Donald Trump, aviões de combate americanos bombardearam a instalação de enriquecimento de urânio de Fordo, uma planta subterrânea situada ao sul de Teerã, e as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, no centro do país.
O Pentágono afirma que "devastou o programa nuclear iraniano", mas especialistas destacam que, por enquanto, é difícil avaliar a extensão das destruições, principalmente nas instalações de Fordo.
O diretor-geral da AIEA pediu na segunda-feira acesso às plantas nucleares iranianas para verificar o estado do urânio armazenado.
O Conselho dos Guardiães, um órgão encarregado de examinar a legislação no Irã, indicou na quinta-feira que aprovou um projeto de lei para suspender a cooperação com a AIEA.
Esse texto ainda precisa ser transmitido à presidência para ratificação.
Desde o início da guerra, autoridades iranianas criticaram a AIEA por não condenar os ataques israelenses e americanos contra instalações nucleares da República Islâmica.
A diplomacia iraniana também acusa a agência da ONU de ter adotado, em 12 de junho, uma resolução que acusa o Irã de ignorar suas obrigações nucleares.
O Irã considera que essa decisão serviu como "desculpa" para os Estados Unidos e Israel lançarem seus ataques.
"A AIEA e seu diretor-geral são completamente responsáveis por esta situação sórdida", reiterou nesta sexta-feira Aragchi.

