Sex, 05 de Dezembro

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Guerra

Israel anuncia projeto de assentamento que críticos dizem que cortará Cisjordânia ao meio

O ministro Bezalel Smotrich declarou que a construção, que deve receber aprovação final ainda neste mês, poderá frustrar os planos de criação de um Estado palestino

Policiais israelenses montam guarda perto do assentamento de Maale Adummim, em um corredor terrestre conhecido como E1, nos arredores de Jerusalém, na Cisjordânia ocupadaPoliciais israelenses montam guarda perto do assentamento de Maale Adummim, em um corredor terrestre conhecido como E1, nos arredores de Jerusalém, na Cisjordânia ocupada - Foto: Menahem Kahana / AFP

O ministro das Finanças de extrema-direita de Israel afirmou nesta quinta-feira (14) que uma nova e polêmica construção de assentamento na Cisjordânia ocupada por Israel seguirá adiante - um projeto que palestinos e grupos de direitos humanos temem que inviabilize os planos para um Estado palestino ao dividir, na prática, o território em duas partes.

O ministro Bezalel Smotrich declarou que a construção, que deve receber aprovação final ainda neste mês, poderá frustrar os planos de criação de um Estado palestino. O anúncio ocorre enquanto diversos países, incluindo Austrália, Reino Unido, França e Canadá, afirmam que reconhecerão o Estado palestino em setembro, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
 

A construção será feita em uma área a leste de Jerusalém conhecida como E1, cujo projeto está em análise há mais de duas décadas. A iniciativa é particularmente controversa porque se trata de um dos últimos elos geográficos entre as principais cidades da Cisjordânia, Ramallah e Belém.

As duas cidades ficam a 22 quilômetros de distância em linha reta, mas, com a conclusão do projeto em E1, não será mais possível um trajeto direto entre elas. Palestinos que viajarem de uma a outra terão de continuar fazendo um amplo desvio de vários quilômetros, passando por diversos postos de controle - um processo que pode acrescentar horas à viagem.

"Essa realidade finalmente enterra a ideia de um Estado palestino, porque não há nada para reconhecer e ninguém para reconhecer", disse Smotrich durante uma cerimônia nesta quinta-feira. "Qualquer um no mundo que tente hoje reconhecer um Estado palestino receberá uma resposta nossa no terreno."

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não comentou publicamente o plano nesta quinta-feira, mas já o defendeu no passado.

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