Justiça liberta estudante que agrediu Victor Meyniel e manda acusado usar tornozeleira eletrônica
O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, titular da 27ª Vara Criminal da Capital, revogou a prisão preventiva do estudante Yuri de Moura Alexandre, que é acusado de agredir o ator Victor Meyniel Rocha
O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, titular da 27ª Vara Criminal da Capital, revogou a prisão preventiva do estudante Yuri de Moura Alexandre, que é acusado de agredir o ator Victor Meyniel Rocha. Por determinação do juiz, Yuri terá que usar tornozeleira eletrônica e entregar seu passaporte à Justiça, sendo proibido de sair do país. Meyniel foi espancado pelo estudante em 2 de setembro, na portaria do prédio onde reside Yuri, em Copacabana.
O magistrado acolheu o pedido de revogação da prisão feito pela defesa de Yuri, na audiência de terça-feira, após o Ministério Público e o advogado da vítima concordarem. Flávio Itabaiana determinou que Yuri terá que cumprir as seguintes medidas:
- monitoração eletrônica, considerando o domicílio indicado na assentada da audiência de ontem;
- comparecimento mensal em juízo (até o dia 10) para informar e justificar suas atividades;
- proibição de manter contato, de qualquer forma, com a vítima Victor Meyniel Rocha e seus familiares;
- proibição de se ausentar desta comarca sem autorização do juízo;
- recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga;
- e proibição de se ausentar do país, tendo que entregar o passaporte à Justiça e comunicar a decisão à PF.
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Na audiência, prestaram depoimento a vítima, Victor Meyniel e oito testemunhas, sendo cinco convocadas pelo Ministério Público e três, pela defesa. Em seguida, o réu, Yuri de Moura Alexandre, foi interrogado.
No fim da audiência, o juiz considerou que a prisão não era mais necessária porque Yuri comprovou que é estudante de Medicina e tem residência fixa no Rio, além de ser réu primário e possui bons antecedentes, não apresentando "histórico de agressões, de ofensas nem de envolvimento em qualquer tipo de confusão, tudo indicando, assim, que sua liberdade não oferece risco à sociedade”.
Relembre o caso
Victor Meyniel foi agredido após sair de uma festa em Copacabana com Yuri, que o havia convidado para sua casa. No local, eles teriam tido momentos de intimidade até que, segundo o ator, Karina teria chegado e deixado Yuri sem jeito, incomodado com a situação.
Em determinado momento, uma discussão teria começado e o ator foi colocado para fora com violência. A situação se agravou na portaria, quando Yuri agrediu Victor com socos no rosto e na cabeça. O porteiro Gilmar José Agostini assistiu ao espancamento sem intervir. Ao jornal O Globo, o ator disse, na segunda-feira, que Gilmar o ajudou a se levantar apenas porque estava “atrapalhado a passagem”.
Omissão do porteiro
Nas filmagens das câmeras de segurança do prédio é possível observar que o porteiro assiste sentado às agressões contra o ator e, apenas cerca de dois minutos depois, ajuda a vítima a se levantar.
Às 8h21, Yuri aparece na portaria de seu prédio, que fica na Rua Siqueira Campos, em Copacabana. Poucos segundos depois, Victor chega no local e os dois passam a discutir. Gilmar aparece sentado em sua cadeira durante todo o tempo, observando a briga. Cerca de três minutos depois, Yuri passa a agredir Victor, que cai no chão. O ator leva socos por dois minutos. Apenas após as agressões cessarem, que Gilmar se levanta, vai até Victor e o levanta do chão. Assim que tira a vítima do chão, o porteiro retorna ao seu lugar e se senta.
Em depoimento, o síndico do condomínio, Marcos de Carvalho, afirmou que Gilmar o interfonou e avisou que uma briga acontecia na portaria. Ao chegar ao local, deparou-se com o ator já machucado, momento esse em que auxiliou o ator a ir a uma delegacia e chamou a Polícia Militar. O síndico diz também que Gilmar é “uma pessoa simplória, que tem medo das coisas, diabético e que cuida do irmão, que está internado”. Por isso, diz acreditar “que o porteiro não interveio”.
Agressor pode pegar até 11 anos de prisão
Caso seja condenado, Yuri de Moura pode pegar até 11 anos de prisão. A agressão, que ocorreu em 2 de setembro, foi gravada por câmeras de vigilância da portaria do edifício.
A defesa do ator Victor Meyniel acredita que o episódio de violência sofrido por ele pode ter sido motivado pela exposição pública da sexualidade do agressor. Segundo a advogada Maíra Fernandes, que defende Meyniel no âmbito criminal, o artista teria perguntado, na portaria do prédio, se “ninguém sabia” sobre a orientação sexual de Yuri de Moura Alexandre. Durante o espancamento, Yuri teria afirmado: “Eu não sou viado [sic]. Você é que é”.

