Líderes da oposição na Venezuela apoiam presença militar dos EUA no Caribe
O governo venezuelano denuncia tal ação como um "agressão" e uma "ameaça militar"
Os líderes da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia e María Corina Machado anunciaram, nesta segunda-feira (22), o seu apoio ao destacamento militar dos Estados Unidos no Caribe que o governo de Nicolás Maduro considerou como "ameaça".
Há quase um mês, os EUA posicionaram oito navios e um submarino no mar do Caribe com o argumento de que estavam combatendo o tráfico de drogas e, até o momento, destruíram ao menos três embarcações de supostos narcotraficantes que deixaram a Venezuela, deixando 14 mortos.
O governo da Venezuela denuncia tal ação como um "agressão" e uma "ameaça militar". O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, declarou, por sua vez, que há uma "guerra não declarada".
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"O cerco antinarcóticos do mar do Caribe liderado pelos Estados Unidos (...) constitui uma medida necessária para o desmantelamento da estrutura criminosa que ainda se ergue como único obstáculo para o restabelecimento da soberania popular na Venezuela", afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais o ex-candidato presidencial González Urrutia, que denunciou fraude após a reeleição de Maduro em 2024.
"Ao povo da Venezuela (...) não resta outra opção a não ser forçar a saída de tal regime e restabelecer o mandato popular e soberano", defendeu em um vídeo que também tem a participação de Machado, dirigido aos líderes mundiais reunidos em Nova York para a Assembleia Geral da ONU.
González Urrutia está exilado na Espanha há um ano, após uma ordem de prisão contra ele.
"Falta muito pouco para que nós, venezuelanos, recuperemos nossa soberania e a democracia. Estamos prontos para assumir as rédeas do novo governo", acrescentou Machado, que está na clandestinidade após ser acusada de liderar conspirações contra Maduro.
Na sexta-feira, Henrique Capriles, que concorreu à eleição presidencial duas vezes, declarou à imprensa que não apoia uma eventual intervenção militar americana, em meio ao clima de tensão entre ambos os países pelo destacamento de navios de guerra no Caribe.

