Mais de 400 detidos por protestos juvenis de setembro no Nepal
Milhares de jovens saíram às ruas em 8 de setembro sob a bandeira da "Geração Z" (menores de 28 anos) para denunciar o bloqueio das redes sociais e, sobretudo, a corrupção das elites políticas.
A polícia do Nepal prendeu 423 pessoas nos últimos dois meses, suspeitas de vandalismo a assassinato, durante o levante popular que provocou a queda do governo, informou a instituição nesta segunda-feira (10).
"Uma equipe está investigando esses incidentes e coletando informações", declarou à AFP Abi Narayan Kafle, porta-voz da polícia do Nepal.
Milhares de jovens saíram às ruas em 8 de setembro sob a bandeira da "Geração Z" (menores de 28 anos) para denunciar o bloqueio das redes sociais e, sobretudo, a corrupção das elites políticas.
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No dia seguinte, esse movimento de protesto se transformou em um levante popular, quando a maioria dos símbolos do poder — em particular o Parlamento e a Suprema Corte — foram incendiados e saqueados pela multidão enfurecida.
Esses dois dias deixaram pelo menos 76 mortos — 63 manifestantes, 10 presos fpragidos e três agentes —, segundo um novo balanço da polícia.
Os acontecimentos levaram à renúncia do primeiro-ministro maoísta, K.P. Sharma Oli.
Poucos dias depois, a ex-presidente da Suprema Corte, Sushila Karki, foi nomeada à frente de um governo provisório.
Essas prisões ocorreram durante os últimos dois meses, mas os dados publicados nesta segunda-feira pela polícia oferecem pela primeira vez uma ideia da magnitude das intervenções.
Os representantes da Geração Z pedem a renúncia do ministro do Interior, Om Prakash Aryal, a quem consideram incapaz de processar os responsáveis pela repressão.

