Ter, 16 de Dezembro

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DENÚNCIA

Mais de 500 pessoas morreram durante entrega de ajuda do GHF em Gaza, diz ONU

As distribuições da Fundação Humanitária de Gaza levaram a cenas caóticas, com o exército israelense atirando em várias ocasiões na tentativa de conter centenas de palestinos desesperados

Palestinos deslocados com pacotes de alimentos de uma fundação apoiada pelos EUA para ajuda humanitária no sul da Faixa de GazaPalestinos deslocados com pacotes de alimentos de uma fundação apoiada pelos EUA para ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza - Foto: AFP

A ONU afirmou, nesta sexta-feira (4), que 613 pessoas morreram durante a entrega de ajuda em Gaza desde o final de maio, 509 delas perto das instalações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA e por Israel.

A GHF começou a distribuir caixas de alimentos em 26 de maio, após um bloqueio de mais de dois meses imposto por Israel à entrada de toda ajuda humanitária.

As distribuições da GHF levaram a cenas caóticas, com o exército israelense atirando em várias ocasiões na tentativa de conter centenas de palestinos desesperados.
 

"Registramos 613" pessoas mortas desde o início das operações da fundação até 27 de junho, das quais 509 "perto dos pontos de distribuição da GHF", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Os outros morreram "perto de comboios da ONU e de outras organizações", acrescentou, explicando que esses números estão em constante evolução.

"Quanto a quem é responsável, está claro que o exército israelense bombardeou e disparou contra os palestinos que tentavam chegar aos pontos de distribuição. Quantas pessoas foram mortas? Quem é o responsável?", perguntou Shamdasani.

A ONU e as principais organizações de ajuda se recusaram a trabalhar com a GHF, alegando que ela serve aos objetivos militares israelenses e viola os princípios humanitários básicos.

A fundação, que usa empreiteiros armados para fornecer segurança em suas instalações, nega que tenha havido qualquer incidente "nas proximidades" de seus quatro centros de distribuição.

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