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América do Sul

Milei põe à prova sua popularidade em eleição provincial na Argentina

Governo do presidente argentino enfrenta um escândalo de suposta corrupção na agência para pessoas com deficiência

Presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta crise no governo  Presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta crise no governo  - Foto: Luis Robayo/AFP

O presidente da Argentina, Javier Milei, põe à prova a popularidade de sua gestão, neste domingo (7), nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, reduto do opositor peronismo.

A província de Buenos Aires, governada pelo peronista de centro-esquerda Axel Kicillof, contribui com mais de 30% do PIB argentino e reúne 40% do eleitorado nacional, o que torna esta eleição de parlamentares locais uma prévia fundamental para as legislativas nacionais de meio de mandato, em 26 de outubro.

A votação ocorre enquanto o governo enfrenta um escândalo de suposta corrupção na agência para pessoas com deficiência e quatro dias após o Congresso reverter pela primeira vez um veto presidencial, confirmando uma lei que destina mais fundos para estas pessoas.

Inflação e mercado cambial
No campo econômico, o governo começou a intervir esta semana no mercado cambial, vendendo dólares do Tesouro para conter a desvalorização do peso, que vinha se acelerando nas últimas semanas, apesar das altas taxas de juros.

Para o analista político Marcos Novaro, o governo chega neste domingo "mais abalado do que esperava há dois meses, mas com uma estratégia que continua sendo efetiva para eles, que é a polarização com o kirchnerismo e a oposição entre o passado e o futuro".

O partido do governo, A Liberdade Avança, atualmente possui apenas 12 dos 92 assentos no Legislativo provincial, razão pela qual poderia aumentar sua representação mesmo que perca a eleição.

No entanto, Novaro alerta à AFP que, se o governo perder por uma diferença maior que 5 pontos, "os mercados vão se sensibilizar, a situação com o dólar vai ficar mais tensa e o caminho até outubro pode se complicar".

Milei buscará garantir uma vitória apoiando-se na queda da inflação (de 87% nos primeiros sete meses de 2024 para 17,3% no mesmo período deste ano) e na sua polarização com o kirchnerismo, o peronismo liderado pela ex-presidente Cristina Kirchner (2007-15), atualmente em prisão domiciliar por corrupção.

A maioria das pesquisas prevê um cenário equilibrado com uma leve vantagem para o peronismo e alerta para a possibilidade de uma alta taxa de abstenção.

O A Liberdade Avança incorporou para estas eleições o PRO do ex-presidente Mauricio Macri (2015-19), enquanto o peronismo conseguiu uma trabalhosa unidade, apesar de múltiplas fissuras internas.

As eleições terminam às 18h locais (mesmo horário em Brasília), e as duas principais forças aguardarão os resultados em La Plata, capital da província.

 

 

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