Naim Qasem afirma que apoia estratégia diplomática do Líbano para acabar com agressão de Israel
Representantes civis do Líbano e de Israel realizaram na quarta-feira as primeiras conversações diretas em décadas
O líder do Hezbollah, Naim Qasem, declarou nesta sexta-feira (5) que o movimento islamista apoia a estratégia diplomática do Estado libanês para encerrar os ataques de Israel, embora tenha criticado a nomeação de um civil para um comitê de monitoramento do cessar-fogo.
Representantes civis do Líbano e de Israel realizaram na quarta-feira as primeiras conversações diretas em décadas, em virtude do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.
O Estado optou pela "via diplomática para pôr fim à agressão e aplicar" o acordo de cessar-fogo, "nós apoiamos que se siga nessa direção", declarou Qasem em um discurso televisionado.
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O dirigente desse grupo xiita aliado ao Irã esclareceu, no entanto, que considera um "erro" a nomeação de um civil para fazer parte do comitê de supervisão do cessar-fogo que vigora desde novembro de 2024.
Apesar do cessar-fogo, que deveria pôr fim a mais de um ano de hostilidades entre Israel e o Hezbollah, Israel lançou ataques contra o Líbano e mantém tropas em cinco áreas no sul do país que considera estratégicas.
Durante uma reunião com uma delegação do Conselho de Segurança da ONU, o presidente libanês, Joseph Aoun, reiterou nesta sexta-feira que os libaneses "não querem voltar à guerra".
"O povo libanês já sofreu o suficiente e não haverá retrocesso", disse Aoun, citado em um comunicado da Presidência.
Após a "nova rodada de negociações" iniciada na quarta-feira, Aoun destacou "a necessidade de pressionar a parte israelense para implementar o cessar-fogo e se retirar".
O mandatário afirmou que qualquer resultado dessas conversações "depende principalmente da posição de Israel".
O comitê encarregado de supervisionar o cessar-fogo realizará um novo ciclo de conversações com a participação de delegados civis libaneses e israelenses a partir de 19 de dezembro.

