ONG realiza caminhada para conscientização contra abuso infantil
18 de maio é o dia Nacional de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes
Mais de 1,4 mil crianças e adolescentes foram vítimas de exploração sexual em Pernambuco no ano passado, segundo a Secretaria de Defesa Social. O número expõe a necessidade do debate. No País, estima-se que, anualmente, ocorram aproximadamente 100 mil casos de abusos e exploração a menores, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho.
Para chamar a atenção ao tema, a ONG Adolescer organizou, na tarde da última quarta-feira (17), uma caminhada com cerca de 500 pessoas em Roda de Fogo, Zona Oeste do Recife. Adolescentes que participam dos projetos da ONG fizeram apresentações culturais.
A adolescente Waynni Maria, 15, atua há quatro anos nas atividades. Ela conheceu o projeto na escola e o apresentou aos dois irmãos e à prima. Desde então, toda a família participa dos debates em torno do tema. “É importante conscientizar todas as pessoas sobre esse assunto. Em casa conversamos todos sobre isso”, disse.
Além desta iniciativa pelo 18 de maio, dia símbolo para o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual infantojuvenil, outras atividades também estão marcadas. Em Suape, a Polícia Rodoviária Federal promove uma ação no pátio do posto fiscal da Secretaria da Fazenda. A proposta é alertar motoristas sobre o crime e informar como eles podem denunciar os casos encontrados nas rodovias.
No Recife, a programação será a passeata “Crianças e Adolescentes Livres de Todo Tipo de Violência Sexual”, com concentração às 14h, no Parque Treze de Maio. O coordenador da Rede de Enfrentamento à Violência Contra Criança e Adolescente de Pernambuco, Ricardo Oliveira, afirmou que a temática deve ser debatida para prevenir casos futuros. “A violência e o abuso sexual são violações dos direitos humanos que comprometem o desenvolvimento dessa população.”
Caso Aracele
o dia 18 foi escolhido como dia Nacional de Combate por conta de um crime bárbaro contra uma menina de oito anos ocorrido em Vitória, no Espírito Santeo, em 1973. O copo da menina, Araceli Cabrera, foi encontrado com o rosto desfigurado com ácido. Apesar de fortes indícios apontarem para dois jovens de classe média, até hoje o crime permanece impune.

