É fogo!
Seja como alerta ou lamento, e por incrível que pareça mesmo como júbilo ou toque de partida, dependendo da ocasião e da entonação, o brado de “fogo” é sempre surpreendente para o bem ou para o mal.
Desta feita, infelizmente o fogo ardeu e queimou fortemente, parecendo fazer coro com a fogueira nacional, política, econômica, social, no âmbito interno e externo, fez e continuará fazendo literalmente incomensuráveis estragos, ceifando vidas, expectativas, esforços destroçados, como um castigo à indiferença preventiva dos gestores públicos, ao desprezo pelos diuturnos alertas, a despeito da previsibilidade das tragédias já ocorridas e das que ainda estão em curso.
Que bom, que tivéssemos o que comemorar, mas temos sido surpreendidos até pelo “fogo amigo” no bate cabeça das entidades e instituições nacionais, que não encontram caminhos para entendimento no contexto do bem comum.
Enquanto isso o fogo continua queimando tudo e todos, gente, bichos e florestas, ninguém escapa do castigo divino, fazendo mais uma vez o alerta de que esse “fogo de palha”, não foi daqueles que passam logo como diz o ditado, nem foi fogos de artifício das comemorações, foi fogo de destruição, de grande demora para reparação, se é que será possível, de consequências econômicas e sociais devastadoras, só no setor da Agroindústria Canavieira o prejuízo imediato já passa de bilhão, fora a repercussão nos preços dos produtos do Setor, açúcar e etanol, sem falar nos empregos.
Estamos certos de que os incêndios foram patrocinados, a exemplo dos eventos amazônicos do gênero, que continuam queimando e sufocando a sociedade, vítima de terceiro grau da irresponsabilidade pública e privada, que vergonha, é fogo! O exemplo do Brasil, que soa como brasa, brasa de fogo, que incinera a vergonha, o bom senso, para tristeza de todos nós!
Se dessa combinação de elementos físicos e mentais, que nos destrói sobrar alguma coisa, que permita o soerguimento das cinzas da tragédia, que seja uma lição de lucidez aos personagens dos palanques eleitorais, que se fantasiem de bombeiros sérios, competentes, dotados de autocrítica transformadora.
Vale lembrar que os acontecimentos recentes, seja no Sul inundado morrendo afogado, ou no Sudeste e Norte incinerados, são consequências da irresponsabilidade, do descaso, e até o momento não fazem parte das agendas e projetos dos candidatos a gestores das secretíssimas milionárias emendas que poderiam servir para evitar novos desastres.
Vamos rezar para que esses eventos naturais ou provocados não cheguem ao Nordeste canavieiro, que inicia sua safra 2024/2025, cheio de esperança com água e sol milagrosamente na medida certa, precavido sem brincar com fogo face ao risco de se queimar.
* Consultor empresarial (mgmaranhao@gmail.com).
___
Os artigos publicados nesta seção não refletem necessariamente a opinião do jornal. Os textos para este espaço devem ser enviados para o e-mail cartas@folhape.com.br e passam por uma curadoria para possível publicação.