Seg, 29 de Dezembro

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opinião

Não haverá a 3ª Guerra Mundial

Acabo de gravar entrevista para o programa No Cafezinho, da Folha de Pernambuco. Foi ao ar no canal do jornal no YouTube. O tema proposto pela editoria foi a guerra Israel / Irã. 

Comecei analisando a posição dos quatro principais players no conflito. De um lado, China e Rússia. No polo à esquerda, de governos ditatoriais. De outro lado, Estados Unidos e União Europeia. No polo à direita, de Estados democráticos. 

Defendo a tese de que tanto de um lado, quanto de outro lado, nenhum daqueles quatro países tem interesse em se envolver na guerra. A Rússia está comprometida com o conflito contra a Ucrânia. Não tem condições objetivas de destinar recursos para outro embate. A China não tem nenhum interesse geopolítico, econômico ou político para entrar na luta. Ele está cuidando de fortalecer suas exportações. E de manter o crescimento do PIB acima de 5%.

Por sua vez, do outro lado, os Estados Unidos relutam em orientar homens e equipamentos para brigar no Oriente Médio. Não terão qualquer tipo de ganho nessa participação. Ao contrário. Além disso, o presidente Trump assumiu, como compromisso de campanha, a distância do país em guerra estrangeira. E a União Europeia está dispendendo elevados recursos com a Ucrânia. As nações que a integram não suportam o acréscimo de dispêndio financeiro neste momento.      

Ou seja, os quatro maiores players do planeta não alcançariam nenhuma vantagem direta entrando no conflito no Oriente. Significa dizer que Israel e Irã deverão lutar sem apoio externo daquelas forças. Até esgotarem seus próprios recursos. Se assim for, a guerra entre eles poderá desenrolar-se pelo prazo de mais seis meses. No máximo. Observe o perfil do nível de avanço tecnológico e de preparo bélico de Israel e Irã. Provavelmente o desfecho da disputa deve favorecer os israelenses.

Se esse for o rumo dos fatos, em dezembro deste ano duas perguntas deverão ser respondidas: a primeira, qual será o destino do aiatolá iraniano? Permanecerá no poder? E, permanecendo, como ficará o regime político no país? A segunda pergunta é: que nova batalha o primeiro-ministro Netanyahu empreenderá para evitar o acerto de contas com a Justiça? E mais: ele será capaz de suportar a pressão política interna com os cidadãos israelenses ainda nas mãos do Hamas?  

Meu argumento final é que não há risco iminente de ocorrer a 3ª Guerra Mundial. Pelas razões mencionadas. E o esforço para que haja a desnuclearização dos países do globo deve ser intensificado.


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