O candidato Zé Brasileiro
Às vésperas de mais um certame para escolha do próximo gestor do país, cuja campanha já está precocemente no ar, aproveitamos o ensejo para projetar uma hipotética experiência de transformação, na expectativa de que as probabilidades do que poderá ocorrer no futuro que se avizinha fuja do mesmismo das promessas políticas, mais voltadas para o interesse próprio dos postulantes e suas respectivas e controversas agremiações do que para o efetivo e concreto interesse do povo, na tentativa de restaurar nossa autoestima e orgulho de ser brasileiro.
Na aludida e utópica experiência, alguns pré-requisitos deverão ser observados, tanto por parte dos pretensos candidatos, quanto pelas regras e condições gerais da fantasia projetada, quais sejam:
O nosso candidato na ficção se chama “José Brasil”, jovem, apolítico, já maduro ou até mesmo muito maduro, não importa, desde que seja capaz de suportar com fôlego e galhardia os difíceis desafios que terá que enfrentar.
“José Brasil”, “Zé Brasileiro” para os íntimos, precisa estar a altura de nossas expectativas, não basta parecer sério, precisa ser sério, digno, correto no pensar e agir, na calmaria ou nos inevitáveis momentos delicados.
— Em primeiríssimo lugar, priorizar a saúde e educação, do berço a universidade.
— Unificar a Nação, de sorte que não tenhamos como ocorre hoje, dois, três ou mais países dentro do mesmo de dimensão continental, com uma banda rica, e outra pobre, um lado alfabetizado e outro analfabeto, saciados e famintos.
— Democracia é o pano de fundo, com regras e condições constante da “Carta Magna” que precisa ser seguida e respeitada, sob a égide do Estado Democrático de Direito.
— “José Brasil”, é cidadão que precisa respeitar para ser respeitado interna e externamente, protetor da flora, da fauna, dos povos originários, nossas relíquias mais importantes.
— “José Brasil” é filiado ao “PB” Partido Brasil a quem deve respeito e compromisso.
É preciso olhar pra trás para poder olhar pra frente, corrigir os erros de origem, a exemplo do modelo de colonização praticado desde o século XVI, como colônia de exploração e não de povoamento, durante séculos transferimos para a matriz europeia tudo que fomos capazes de encontrar e produzir, ao invés como fizeram outros, de encontrar e produzir para ficar, para residir, transformar o Novo Mundo na sua pátria, vestígios desse equívoco estratégico ancestral permearam a nossa história, cujos resíduos e consequências residem até hoje e nos diferenciam dos que seguiram outro caminho, que levaram ao explosivo desenvolvimento de nações com idade semelhante a nossa, valendo citar um exemplo, que de certa forma explica o contraste entre o desenvolvimento observado no Sudeste em relação ao Nordeste, quando recepcionou hordas de alemães, italianos, japoneses e outros, que vieram de fora para ficar, residir.
“José Brasil”, precisa de autocrítica e de autoestima, para não buscar subserviência aos de fora, o convívio harmônico, civilizado e pacífico é fundamental ao multilateralismo, que avança a passos largos marcado pela reciprocidade e não pela vassalagem aos pretensos donos do mundo.
Difícil pensar em desenvolvimento com o país de pés no chão, faminto e doente, carente de tudo, “Zé brasileiro” tem que começar por aí, saco vazio não se põe em pé..
Do nosso utópico exercício de transformação, os protagonistas candidatos a presidência José Brasil, o “Zé Brasileiro” e seu vice “João Bravo”, prometeram corrigir e ajustar o modelo em voga, cuidando do Brasil de todos nós por inteiro, de Leste a Oeste, do Monte Caburaí em Roraima ao Arroio Chuí no Rio Grande do Sul, comemorando a vitória nas urnas com Samba, Forró pé de serra, sofrência sertaneja, xote gaúcho, e Carimbó amazônico.
Viva Zé Brasileiro! Viva o Brasil!
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