O papel transformador do setor imobiliário nas cidades
Ao celebrarmos a 30ª edição do Troféu Ademi, no último dia 27, foi impossível não reconhecer que o momento representou muito mais do que uma simples premiação. Ele simbolizou o compromisso incessante de empresas e profissionais dedicados a entregar o melhor para nossa cidade. Ao longo dessas três décadas, vivenciamos ciclos de resistência e resiliência, sempre com foco no desenvolvimento e na melhoria da qualidade de vida em Pernambuco.
Essa celebração foi, sem dúvida, de todos aqueles que fazem parte do setor imobiliário — os verdadeiros protagonistas. Em 2024, alcançamos R$10,5 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), com 28,6 mil unidades habitacionais lançadas em Pernambuco. No Recife, foram impressionantes R$2,9 bilhões em lançamentos. Esses números refletem a força do setor e seu impacto direto na vida das pessoas.
No entanto, este não foi apenas um momento de reconhecimento; mas uma oportunidade de reafirmarmos nosso compromisso com o futuro. Construir é transformar, e para isso precisamos de uma visão coletiva. O que buscamos é uma cidade mais justa, viva e acessível. Para alcançar isso, dependemos de escolhas ousadas e do trabalho conjunto de um setor que, muitas vezes, é mal interpretado.
Infelizmente, o maior obstáculo que enfrentamos não é técnico, mas narrativo. Estamos lutando contra o "discurso do atraso", que por décadas tem travado nosso desenvolvimento urbano. Esse discurso sustenta que a construção de novos prédios está ligada a problemas como trânsito e perda da identidade cultural.
Contudo, a realidade é muito diferente. A escassez de moradia se agrava, e aqueles que não podem pagar os preços exorbitantes dos aluguéis estão à mercê de longos deslocamentos, perdendo tempo e qualidade de vida. Isso não é a cidade que queremos. Aqueles que defendem essa narrativa protegem interesses de quem já está estabelecido, perpetuando uma ignorância perigosa.
Felizmente, temos evidências que apontam para outra direção. Estudos com instituições como o Núcleo de Economia da UFPE demonstram que a produção de habitação não é a causa dos problemas urbanos; ao contrário, é uma solução. Cidades compactas são mais eficientes e sustentáveis, e a construção controlada em áreas bem localizadas é a chave para combater a desigualdade e atrair investimentos.
Devemos nos libertar do "discurso do atraso" e reconhecer que o mercado imobiliário é um agente vital para a transformação urbana. Apesar dos desafios, temos razões para acreditar em um futuro melhor, com Planos Diretores mais modernos e uma nova Lei de Uso do Solo prestes a ser aprovada.
O convite que faço é claro: vamos construir juntos uma cidade viva, integrada e de todos. É hora de parar de criminalizar quem constrói. Planejar, liberar e investir de forma inteligente é o que nos permitirá avançar. Porque construir é muito mais do que erguer prédios; é criar oportunidades, ativar territórios e integrar pessoas.
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