Traidores da Pátria
Não sou um médico legista, muito menos um sociólogo, mas o corpo social do nosso país se não cuidarmos irá putrificar. Basta ver o documentário da Netflix, “Apocalipse nos Trópicos”, da cineasta Petra Costa, onde foca-se no movimento evangélico como uma ameaça a uma teocracia nacional.
Os vendedores de fé, em geral, gostam mais de dinheiro do que qualquer outra coisa. Vivi e convivi no início do PSL, onde nossa pequena bancada era integrada por alguns desses vendedores, todas as vezes que se propunha algo de bom para a sociedade, logo vinha o retruco: “isso não é bom para a Igreja”. Logo percebi que no futuro existiria uma frase hipócrita de marketing “ Deus acima de tudo”.
A extensão desse slogan logo ganhou força no mundo político, com a adesão de todos incautos e extremistas do Brasil. Quando percebi, já era tarde demais! O grande movimento criara corpo, ajudado pelos exageros econômicos dos anti-governistas em total dissonância com a macroeconomia, e insiste em não perceber a revolução digital, já preconizada por Alvin Toffler em 1965 no seu bestseller “O choque do futuro”, bem como a necessidade de criarmos um sistema de tributação universalizado, onde todos pagam e, consequentemente, todos pagam menos. Mas espero que o governo ainda se toque sobre a proposta da simplificação tributária. (Imposto Único Federal)
Por outro lado, quando nosso Partido cresceu com princípios éticos e morais, algo aconteceu fruto da fraqueza humana, mas de forma inimaginável, eu mesmo, me senti impotente pela sanha incontrolável dos líderes na corrida do ouro, propiciada pelo governo bolsonarista em criar as famigeradas emendas secretas de relator. Já era tarde demais. Minha fé na confiança do bem e do virtuoso, era solapada pela traição, poder e dinheiro, mas, como homem de fé sem ser religioso, mas criacionista, tenho certeza que o bem vencerá o mal, entretanto, é imperioso que, como náufragos desse oceano de insensatez, nademos para o lado da praia, orar só não é suficiente se não formos em direção da terra à vista.
Acredito numa maioria silenciosa e com discernimento de todo um povo: intelectuais, empresários, trabalhadores, jornalistas e formadores de opinião, que no momento certo haverão de se pronunciar em prol de uma sociedade justa e com igualdade de oportunidades para todos.
Nosso grande ponto de diferença será sermos patriotas sem xenofobia. Būnel já dizia que todo nacionalismo é inumano. O que acontece hoje no mundo é estarrecedor. Vivemos momentos angustiantes e, temo que como aconteceu na França depois da capitulação dos nazistas, não precisemos raspar a cabeça dos traidores da Pátria.
A esses incautos, uso uma frase bíblica: ”Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
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