Uma velha coruja sábia
Uma cantiga infantil dos EUA - “Uma Velha Coruja Sábia” - dos anos 80 (Séc. XIX), de autor desconhecido, tem letra que, associada à música, agrada bebês e crianças de pouca idade. Um dos versos diz:.
“Uma velha coruja sábia vivia em um carvalho
Quanto mais ele via, menos ele falava
Quanto menos ele falava, mais ele ouvia.
Por que não podemos ser todos como aquele velho pássaro sábio?”
Estou trazendo o assunto para esta página porque Walfrido (1) apareceu por aqui na semana passada, debaixo de chuva, e ficou um tempão falando sobre essas aves. Fiquei tão impressionado que adquiri o livro “A Sabedoria das Corujas - ...”, de Jennifer Ackerman (2). Podem perguntar: com qual objetivo alguém compra um livro de 335 páginas sobre corujas? “Está tudo na Internet” – podem dizer. A casa responde: - não, pelo menos da forma eficiente e ampla como fez a autora.
A primeira coisa que aprendi: há diversos tipos e tamanhos de corujas (podem chegar a 2m de envergadura): das neves, barrada, do leste, serra afiada, murucututu, flamejante, bufo-real, buraqueira, cinzenta, coruja-gavião, de orelha, pigmeu-do-norte, do nabal, pintada-do-norte, suindara etc. Habitam todos os continentes; têm usos e costumes parecidos, mas não iguais.
O interesse por esse pássaro aumentou, ao saber que as corujas veem o que não enxergamos, escutam o que não ouvimos e notam imagens e sons que só são notados pelos humanos se estes receberam dicas e sinais. Reforçam o valor de não se destacar no mundo, mas se encaixar nele. As corujas nos contam que, para chegar “às verdades”, precisamos entendê-las ao longo do tempo.
As corujas vêm em momento oportuno, neste mundo de conflitos. Walfrido sugeriu enviar lotes delas para duas zonas: a que envolve Israel, Hamas, Irã etc.; a outra, entre Rússia e Ucrânia. Segundo ele, em poucas semanas esses pássaros “oiúdos” encontrariam alternativas para diminuir o sofrimento de inocentes que pagam o pato sem terem comido o pato. Walfrido também sugeriu colocar centenas delas no Nordeste do País, para resolver de vez o problema das secas, da (falta de) educação e de saúde, da fome e coisas do tipo. Confio no Walfrido e, mais ainda, nas corujas – que não têm mais o que mostrar: sabem tudo, inclusive dar um giro de 270º graus em suas cabeças, sem ficarem "despescoçadas" ou com torcicolo.
Vou aproveitar o momento para sugerir – pra quem? - erguer estátuas de corujas nos 26 estados brasileiros e no DF e estampar a figura do pássaro na próxima cédula do Real, com a legenda: vim, vi e venci. Alguém já falou isso, mas não importa; valem mais o otimismo e a esperança.
(1) Penífero tagarela que fala em português e canta em vários idiomas; aparece de vez em quando na minha janela
(2) Fósforo Editora, SP, 1ª edição brasileira, 2025
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