Uma visão social com o apoio de dados tende a direcionar o RH do futuro
A exemplo de todas as demais áreas de uma empresa, o setor de Recursos Humanos também vem se transformando. Cada vez mais, deixa de ser burocrático e de perfil meramente administrativo - um executor de recrutamento e seleção, e distribuidor de holerites e comunicados -, para atuar estrategicamente na empresa.
São novos desafios que colocam as pessoas no centro das atenções, sejam colaboradores – e suas famílias -, fornecedores, clientes ou comunidades. Um olhar sistêmico, holístico e de longo prazo sobre toda a cadeia de valor da organização.
Diante da emergência de uma nova cena, gestores precisam estar mais atentos às tendências, que conduzirão o futuro do RH. Possivelmente, o segmento será mais social e baseado em uma cultura corporativa de dados, que ainda está em construção.
Os dados, por exemplo, tendem a exigir dos executivos um desempenho mais analítico, especialmente, na aferição de resultados e na adoção de jornadas de desenvolvimento humano e de estímulo de uma cultura organizacional mais forte.
A inteligência de dados, aplicada em todos os elos de uma empresa, se mostra essencial e pode definir o sucesso ou fracasso de uma operação. No RH, essa ciência de dados é conhecida como people analytics.
Aplicações podem coletar, agrupar, mensurar e cruzar informações para analisar o comportamento dos funcionários, por exemplo. De maneira geral, essa análise oferece aos líderes insights que subsidiam decisões mais inteligentes.
Ao sinalizar tendências, gargalos e oportunidades, o people analytics pode orientar a qualificação continuada e ações para estimular o engajamento das equipes. Assim, ele cria mais um vetor de competitividade e produtividade, contribuindo para o desempenho dos negócios.
Muitas empresas no mundo todo parecem ter percebido essas vantagens. Um estudo recente do LinkedIn com mais de 7 mil profissionais de RH entrevistados em 35 países revela que, para 73% deles, ferramentas de people analytics estavam entre as prioridades de suas empresas até 2025.
Nesse novo momento do RH, o CHRO, sigla que significa Chief Human Resources Officer, passa a dialogar intimamente com o CEO, Chief Executive Officer, ou seja, o número 1 da empresa. Sem essa sintonia, dificilmente uma empresa conseguirá crescer de forma sustentável.
Além da implementação e execução da agenda ESG, o CHRO deve ser capaz de desenvolver estratégias que carreguem os profissionais certos para uma jornada de negócios, que levará a empresa a alcançar seus objetivos no longo prazo.
O que percebemos é que o futuro do RH está voltado às experiências reais, para a agilidade e para os processos mais humanizados, ainda que baseados em dados. É sobre ter uma cultura forte, muita metodologia e gestão, análises e visão social.
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