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Padres abusaram sexualmente de alunos de um colégio francês por 40 anos

Os fatos vieram à tona por meio de testemunhos das próprias vítimas ou de seus familiares

Uma mulher caminha em frente à entrada da escola secundária particular católica e do Colégio Saint-Stanislas, em Nantes, oeste da França.Uma mulher caminha em frente à entrada da escola secundária particular católica e do Colégio Saint-Stanislas, em Nantes, oeste da França. - Foto: Loic Venance / AFP

Cinco padres e um professor submeteram uma dezena de estudantes de uma escola em Nantes, no oeste da França, a abusos sexuais ao longo de quatro décadas, revelou nesta sexta-feira (29) a entidade que administra as escolas católicas da região.

"Esses fatos ocorreram entre 1958 e 1995 especificamente e envolvem sacerdotes, bem como pelo menos um membro do corpo docente" do colégio Saint-Stanislas de Nantes, declarou em uma coletiva de imprensa Frédéric Delemazure, diretor diocesano da rede de escolas católicas do departamento de Loire-Atlantique.

Os fatos vieram à tona por meio de testemunhos das próprias vítimas ou de seus familiares, que relataram uma série de estupros, agressões sexuais e toques impróprios na escola. No caso de "pelo menos uma vítima", o crime ocorreu durante férias organizadas pela instituição.

Três das vítimas e os cinco padres envolvidos já morreram. As vítimas, nove homens e uma mulher, eram estudantes do ensino médio na época dos acontecimentos.

De acordo com Delemazure, os abusos foram registrados entre 1958 a 1978; 1980 a 1981; e 1991 a 1995. Os depoimentos foram encaminhados às autoridades.

O diretor acrescentou que, desde a publicação do relatório da Comissão Independente sobre o Abuso Sexual na Igreja em 2021, que revelou a existência de 216 mil vítimas de abusos sexuais na França desde 1950, o colégio foi alvo várias vezes de grafites "acusando os homens da Igreja de estupro".

O bispo de Nantes, Monsenhor Laurent Percerou, pediu a outras testemunhas de fatos semelhantes que contassem suas histórias "com a esperança de que venham a público as pessoas que tenham sido vítimas de agressões físicas ou sexuais em Saint-Stanislas, assim como nas unidades escolares" católicas do departamento.

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