Pernambucano coleciona presépios de diferentes partes do mundo
Suíça, Egito, Uruguai, Alasca, Alemanha e França, são algumas das partes do mundo que receberam a visita do colecionador
Era Natal de 1947, quando o garoto Melchiades Montenegro, na época com 5 anos, percebeu que faltava algo nas ornamentações da festa religiosa, celebradas em sua casa, na noite do dia 24. Ele questionava o porquê de só as árvores receberem enfeites. Decidiu pedir a sua mãe um presépio de presente para incrementar o ambiente natalino. Ela, então, lhe propôs que vendesse as mangas que tinham acabado de ser retiradas do pé. E que com o dinheiro ele mesmo comprasse as peças que tanto desejava. Sessenta e nove anos depois, ela não imaginava que o então garoto, hoje com 75 anos, se tornaria um dos maiores colecionadores de presépios de diferentes partes do mundo.
A afetividade pelas imagens que representam o estábulo em Belém e o nascimento do menino Jesus, encantam até hoje o historiador, que a cada viagem traz na mala um novo objeto de recordação. Em todos os cômodos da casa, os artigos estão espalhados nas estantes, mesas e paredes, seja Natal ou não. Hoje já são mais de 700 peças que além de incrementar o espaço em que Melchiades mora, encantam os curiosos. “A medida que fui viajando, adquiri as peças, não faço a mínima ideia do porquê que coleciono, só sei que acho muito bonito. Até então tudo ficava no âmbito doméstico, quando as pessoas começaram a me pedir para visitar minha casa, me dei conta que tinha um acervo legal”, contou.
Questionado sobre o valor sentimental dos objetos que encenam o momento cristão 24 horas por dia em sua casa, o colecionador foi enfático. “Valor sentimental é o que eles representam para mim, não existe coisa mais pura que o Natal. O espírito natalino envolve até quem não acredita em Deus”, opinou ao comentar que o presépio vem conseguindo suplantar a figura do famoso Papai Noel. “O presépio tem se tornado um fenômeno, acho que o artesanato ajudou muito para que isso acontecesse”, completou.
Suíça, Egito, Uruguai, Alasca, Alemanha e França, são algumas das partes do mundo que receberam a visita do colecionador, que de cada um destes lugares, trouxe um presépio de diferentes formas, tamanhos e cores. Os itens, que compõe os diversos presépios, são feitos de vários materiais desde lãs até magma de vulcão. Dentre as centenas de peças, a que o historiador mais gosta é uma que foi comprada na França, datada de meados de 1930. Ela foi feita de opaline, um material mais delicado que a porcelana. Uma miniatura de presépio comprada em Lisboa, caracterizada pelo colecionador como uma raridade do século XVIII, também está entre as preferidas de seu extenso acervo, que almeja aumentar. “Se meus filhos deixarem ainda quero comprar mais presépios”, disse aos risos.