Príncipe Harry deixa associação de combate à AIDS na África após conflito interno
Duque de Sussex criou a instituição ao lado do príncipe Seeiso do Lesoto, como forma de homenagear sua mãe, a princesa Diana
O príncipe Harry do Reino Unido renunciou ao cargo de patrocinador da organização beneficente Sentebale, fundada em 2006 para combater a AIDS na África, após um conflito interno envolvendo a presidente do conselho diretivo, responsável pela administração estratégica e supervisão da organização.
O duque de Sussex, que vive nos Estados Unidos desde 2020, criou a instituição ao lado do príncipe Seeiso do Lesoto, como forma de homenagear sua mãe, a princesa Diana.
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"Com grande pesar, renunciamos como patrocinadores da organização até novo aviso, em solidariedade aos membros do conselho que também tomaram essa decisão", declararam os príncipes Harry e Seeiso em um comunicado conjunto na noite de terça-feira.
Na nota, eles acrescentam que o que aconteceu é "impensável". E que estão "chocados por ter que fazer isso", mas que têm "uma responsabilidade com os beneficiários da Sentebale".
A crise na ONG começou quando os cinco membros do conselho administrativo pediram a renúncia da presidente, a advogada zimbabuana Sophie Chandauka, que assumiu o cargo em julho de 2023.
Em resposta, Chandauka levou o caso ao órgão regulador britânico Charity Commission, responsável pelas instituições de caridade, e ao Tribunal Superior de Londres, o que resultou na demissão coletiva dos conselheiros dissidentes.
Em um comunicado, Chandauka afirmou ter denunciado "problemas de má governança, má gestão, abuso de poder, intimidação, assédio, misoginia" e racismo contra mulheres negras dentro da ONG.
"Há pessoas que se comportam como se estivessem acima da lei (...), depois se fazem de vítimas e usam a imprensa, que desprezam, para prejudicar aqueles que têm coragem de questionar sua conduta", criticou.
A Sentebale, que apoia jovens do Lesoto e de Botsuana afetados pelo HIV e pela AIDS, já enfrentava dificuldades devido à transferência de suas operações para a África e à saída de vários membros, segundo o Times.
"Estamos devastados porque a relação entre os membros e a presidente do conselho se deteriorou irreparavelmente, criando uma situação insustentável", lamentaram os príncipes Harry e Seeiso.
Os cofundadores também afirmaram ter compartilhado suas preocupações com a Charity Commission.
O órgão informou à AFP estar "ciente" dos problemas internos e avaliando a situação antes de tomar qualquer medida.
O duque de Sussex passou dois meses no Lesoto aos 19 anos, em 2004, experiência que o motivou a fundar a Sentebale dois anos depois.
Na terça-feira, um porta-voz da ONG declarou à AFP que o conselho administrativo foi "reestruturado" e que não havia recebido as renúncias de Harry e Seeiso.

